O trabalho, a que a Lusa teve acesso, refere que as regiões do Norte ao Alentejo apresentaram excessos de mortalidade por todas as causas com um gradiente crescente norte-sul, mas o peso do excesso diretamente atribuível à infeção por SARS-CoV-2 variou entre os 63% no Alentejo e 83% no Centro.
Entre as regiões de saúde com excessos de mortalidade significativos, a taxa de óbitos em excesso apresentou um aumento à medida que se vai de norte para sul, variando entre 174 óbitos por 100.000 habitantes no Norte e 413 óbitos por 100.000 habitantes no Alentejo.
Contudo, apesar da maior taxa de excesso de óbitos no Alentejo, esta foi a região com uma menor proporção de óbitos em excesso diretamente atribuíveis à covid-19, segundo o trabalho desenvolvido pelos investigadores do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Nas Regiões Autónomas e no Algarve o excesso de mortalidade “não foi significativo”, variando a taxa de óbitos em excesso entre 141 por 100.000 habitantes na Madeira e 224 por 100.000 habitantes no Algarve.
O estudo, que tinha sido pedido pela anterior ministra Marta Temido, que tutelava a pasta da Saúde quando a pandemia chegou a Portugal, em março de 2020, indica que estas variações podem resultar da conjugação de diferentes fatores, nomeadamente, variações da intensidade da pandemia entre regiões, diferenças na estrutura etária, social e económica das populações e diferenças na sua mobilidade.
O trabalho analisou o período entre março de 2020, quando o primeiro caso de covid-19 foi identificado em Portugal, e 31 de dezembro de 2021. Segundo o INSA, o excesso de mortalidade registado neste período foi o mais elevado ocorrido em Portugal, à exceção do associado à pandemia de gripe de 1918.
O primeiro caso confirmado de covid-19 em Portugal foi notificado no dia 04 de março de 2020 e o primeiro óbito a 16 de março.
Até 31 de dezembro de 2021 foram notificados 1.408.420 casos confirmados de infeção por SARS-CoV-2 e 18.977 óbitos por covid-19. Neste período, ocorreram quatro ondas pandémicas, a mais grave das quais entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021, com um número máximo de 296 óbitos no dia 27 de janeiro de 2021.
A vacinação por COVID-19 teve início a 27 de dezembro de 2020.
LUSA/HN
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