“Ao longo dos últimos tempos, a situação agravou-se e é urgente que a população possa ter acesso a médico de família e até a consultas abertas”, afirmou hoje à agência Lusa o porta-voz do Movimento de Utentes do Concelho de Arraiolos, José Pinto.
Promovida por este movimento, a vigília para exigir a colocação de mais médicos no concelho está marcada para as 17:00 de sexta-feira, junto ao Centro de Saúde de Arraiolos, onde funciona a Unidade de Saúde Familiar (USF) Matriz.
O movimento de utentes também lançou na Internet a petição “Pela resolução da falta de médicos na USF Matriz (Arraiolos)”, que já conta com 565 assinaturas, para a entregar posteriormente à Unidade Local de Saúde do Alentejo Central (ULSAC) e ao Ministério da Saúde.
Segundo José Pinto, aludindo à informação mais recente de que o movimento dispõe, esta unidade de saúde familiar tem “apenas um médico a tempo inteiro ao serviço”, ainda que outros clínicos tarefeiros prestem serviço na consulta aberta.
“Mas estes nem sempre vêm e, quando vêm, como se costuma dizer, não chegam para as encomendas, porque temos uma falta muito grande de médicos”, salientou, realçando que já houve dias em que a consulta aberta esteve indisponível por falta de clínicos.
Assinalando que este concelho alentejano tem cerca de 6.600 pessoas, José Pinto considerou que “a situação torna-se ainda mais dramática”, pois “a população é idosa e necessita de vigilância para as doenças crónicas”.
“Não se trata de uma situação isolada, até porque se veem problemas em todo o país, mas aqui a falta de médicos faz com que não se façam exames e análises e não se consigam obter receitas a tempo para os utentes com doenças crónicas”, avisou.
O responsável argumentou que a situação “contribui para a degradação das condições de saúde da população” e exigiu às entidades responsáveis uma solução para a falta de médicos.
Na semana passada, a Câmara de Arraiolos, gerida pela CDU, divulgou nas redes sociais uma tomada de posição em que atribui a falta de médicos às “políticas de desinvestimento” no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e reivindica o financiamento adequado.
“A carência de médicos não será resolvida enquanto persistirem vínculos laborais precários e uma carga de trabalho desumana, que desincentivam a permanência dos profissionais no setor público”, defendeu.
O município revelou que, em outubro de 2024, reuniu-se com o presidente da ULSAC e voltou a pedir novos encontros com este responsável e com a ministra da Saúde, em articulação com as juntas de freguesia do concelho, para discutir o problema.
lusa/HN
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