“Isto foi no sentido do reforço da atração de talento e, neste caso, através das universidades e da academia, para o concelho de Cascais. E, portanto, termos a possibilidade de reforçar essa presença, neste caso em concreto, com a Nova Medical School, que tem já umas instalações em Carcavelos-Parede e agora vem reforçar também na freguesia de Alcabideche”, afirmou Carlos Carreiras (PSD).
O autarca falava à Lusa na sequência da aprovação pelo executivo municipal, por unanimidade, de uma proposta a submeter à assembleia municipal para a cedência do direito de superfície de um imóvel na freguesia de Alcabideche, à Universidade Nova de Lisboa, com base no acordo de parceria internacional com a Fiocruz e o Instituto de Biotecnologia Molecular do Paraná.
“E aqui é aproveitar todas estas relações que temos e que devemos, no nosso entender, explorar cada vez mais com o Brasil, nomeadamente, neste caso em concreto, com a Fundação Oswaldo Cruz, que é uma referência a nível mundial e foi um dos principais agentes, nomeadamente no combate à covid no Brasil, e também fora do Brasil, com a criação de vacinas”, acrescentou Carreiras.
A criação do novo Centro de inovação em Saúde Global Nova Fiocruz foi objeto de um acordo de parceria internacional assinado em 19 de fevereiro, no âmbito da Cimeira Brasil-Portugal, em Brasília, entre as duas instituições brasileiras e a Nova Medical School/Faculdade de Ciências Médicas, com vista a “promover soluções inovadoras para os desafios da saúde global, melhorar o intercâmbio de conhecimento e a colaboração em equidade na saúde e fomentar a pesquisa e a educação”.
Para o presidente da autarquia, aquele centro “irá dar origem também a uma componente de fabrico de vacinas e de medicamentos”, resultando “não só numa atração de investimento, e neste caso de investimento estrangeiro em Portugal”, como também de criação de “postos de trabalho, ainda para mais qualificados”.
“Portanto, isto é algo que vem melhorar, e muito, o próprio reforço da autarquia na atração destas Academias do Saber e depois com todas as parcerias que se estabelecem entre a universidade, neste caso a Universidade Nova, e todos estes institutos e instituições que estão associados”, reforçou.
O autarca explicou que a câmara adquiriu o Complexo C3, como também é conhecido o espaço com três edifícios em Carrascal de Alvide para instalar “o centro de controle do município”, no âmbito das ‘Smart Cities’, mas, entretanto, com o surgimento da covid-19 foi utilizado “como centro logístico de combate à pandemia”.
Posteriormente, o complexo com 3.763 metros quadrados de área coberta e 9.112 m2 a descoberto, com o valor patrimonial de 6,6 milhões de euros, serviu também para acolhimento de “ucranianos que vinham a fugir da guerra”.
“Agora decidimos fazer o reforço desta relação com a Nova Medical School e o centro de comando e controle, que estava previsto ir para lá, irá para outro local”, referiu Carlos Carreiras, estando prevista no espaço junto à Autoestrada 5 (Lisboa-Cascais) uma rotunda no acesso, mas que ainda depende de estudos “de ordem técnica”, relacionados com o desnivelamento do terreno naquela zona.
A autarquia investiu na aquisição e intervenções do espaço mais de 9 milhões de euros e, na Nova Medical School, o presidente do município estima um investimento de mais de 10 milhões de euros, neste caso em Carcavelos-Parede, com a faculdade em construção e “pós-graduações na área das ciências médicas, no antigo Hospital Ortopédico José da Almeida”, no Junqueiro.
A cedência gratuita do espaço, por 50 anos, prorrogável automaticamente por períodos sucessivos de 25 anos, permitirá a criação do Centro de Inovação em Saúde Global que, segundo o acordo de parceria, privilegiará o “fortalecimento dos sistemas de saúde universais”, “preparação e resiliência para crises”, “abordagem ‘one health’ e resistência antimicrobiana” e “bem-estar e longevidade”.
No cronograma das fases de execução, a primeira, a dois anos, inclui, entre outras ações, o lançamento de dois projetos-piloto em saúde global e digital e a organização de um simpósio internacional.
A segunda fase, de três a cinco anos, prevê o lançamento de mais cinco projetos colaborativos em áreas prioritárias, parcerias estratégicas com ‘start-ups’ ou indústrias (além da já existente), com captação até 5 milhões de euros nas duas fases.
lusa/HN
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