PR insiste em avaliação ao principal hospital de Cabo Verde após mortes de bebés prematuros

22 de Março 2025

O Presidente cabo-verdiano afirmou hoje não fazer sentido que morram recém-nascidos no principal hospital do país, sem esclarecimentos, e voltou a pedir uma avaliação ao sistema de saúde, após o Governo admitir cinco mortes.

“Não faz sentido que continuem a morrer crianças e não tenhamos, de forma clara, as razões que levam a isso”, afirmou José Maria Neves, após ser questionado sobre as recentes mortes no Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAN), na cidade da Praia.

O chefe de Estado recordou que já tinha solicitado um “inquérito de qualidade” para avaliar todo o sistema nacional de saúde, incluindo a gestão dos hospitais e o tratamento de especialidades, nomeadamente no que diz respeito às crianças recém-nascidas.

O pedido surgiu após um caso ocorrido em dezembro de 2024, quando o corpo de um bebé falecido na unidade foi dado como desaparecido e, duas semanas depois, o hospital esclareceu que tinha sido sepultado, sem o conhecimento da família, juntamente com tecidos humanos descartados.

Hoje, mães que perderam bebés prematuros no hospital, desde fevereiro, queixaram-se à Lusa de falta de cuidados, exigindo uma investigação.

Perante os novos casos, José Maria Neves reiterou o apelo: “Por favor, façamos uma avaliação global de todo o sistema nacional de saúde”, considerando ainda as listas de espera em algumas especialidades, as dinâmicas de trabalho e as propostas de formação necessárias.

Há uma semana, a ministra de Estado, Janine Lélis, confirmou no parlamento a morte de cinco recém-nascidos no HUAN, em fevereiro, após um aumento dos partos prematuros (entre 25 e 31 semanas) e de bebés com baixo peso (870 a 1.870 gramas).

Três mortes foram atribuídas a infeções neonatais precoces de origem materna e duas a complicações da prematuridade.

O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), maior partido da oposição, levantou a questão, pedindo esclarecimentos sobre um alegado surto de infeções neonatais no hospital.

lusa/HN

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