Cabo Verde promete reforçar medidas após morte de bebés no principal hospital

27 de Março 2025

O primeiro-ministro cabo-verdiano prometeu hoje reativar a Comissão Nacional de Perinatologia, medicina materno-fetal, para "investigar óbitos maternos e neonatais", semanas depois da morte de cinco recém-nascidos prematuros no principal hospital de Cabo Verde.

 “Vai ser reativada e reforçada para monitorizar, qualificar os profissionais, reduzir a mortalidade e melhorar as políticas públicas e os cuidados às grávidas e recém-nascidos”, afirmou Ulisses Correia e Silva.

O chefe do Governo falava num debate parlamentar sobre as políticas públicas dirigidas à mulher cabo-verdiana, a propósito do Dia da Mulher Cabo-Verdiana, que se celebra quinta-feira.

Apesar dos casos, a nível global, “os dados indicam variações positivas na mortalidade infantil e materna por 100 mil nados vivos, colocando Cabo Verde numa posição muito boa”, afirmou.

O chefe de Governo também reconheceu a necessidade de continuar a melhorar as políticas para fortalecer os índices, considerando que a saúde materno-infantil é fundamental para a qualidade de vida, especialmente das mulheres.

Há cinco dias, o Presidente, José Maria Neves, reiterou um apelo para uma avaliação global ao sistema de saúde, mencionando problemas como listas de espera e a falta de formação adequada, ao ser questionado sobre a morte de cinco bebés prematuros no Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAN).

José Maria Neves afirmou que não faz sentido que recém-nascidos morram naquela unidade, sem explicações.

O chefe de Estado já havia solicitado uma investigação alargada ao sistema de saúde, após o caso ocorrido em dezembro de 2024, quando o corpo de um bebé falecido no HUAN foi dado como desaparecido.

O hospital esclareceu que o corpo foi sepultado sem o conhecimento da família, juntamente com tecidos descartados.

Mães que perderam bebés prematuros no hospital, desde fevereiro, queixaram-se à Lusa de falta de cuidados e exigiram também uma investigação.

Há duas semanas, a ministra de Estado, Janine Lélis, confirmou a morte de cinco recém-nascidos, após o aumento de partos prematuros (entre 25 e 31 semanas) e de bebés com baixo peso (870 a 1.870 gramas).

Três mortes foram atribuídas a infeções neonatais precoces de origem materna e duas a complicações da prematuridade.

A Comissão Nacional de Perinatologia foi criada em 2014 com o objetivo de melhorar a qualidade do atendimento na área da saúde materno-infantil, com foco na redução da mortalidade materna e neonatal.

lusa/HN

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