A agência emitiu um comunicado anunciando que as operações de comércio e viagens serão retomadas no posto de entrada de Del Rio, para o tráfego de passageiros, às 16:00 de hoje e, para o tráfego de carga, na segunda-feira de manhã.
A CBP fechou temporariamente o posto fronteiriço a 17 de setembro e redirecionou o tráfego para o de Eagle Pass, também no Texas, mas cerca de 80 quilómetros para sudeste, depois de 15.000 migrantes, na sua maioria haitianos, terem subitamente atravessado Del Rio, vindos do México, e acampado do lado americano perto da ponte fronteiriça.
Muitos dos emigrantes procuravam asilo nos EUA.
O Departamento de Segurança Interna continuou os voos de regresso ao Haiti durante todo o fim de semana, ignorando as críticas dos Democratas e grupos de direitos humanos que dizem que os migrantes haitianos estão a ser enviados de volta para um país conturbado que alguns deixaram há mais de uma década.
Entretanto, o presidente da câmara de Del Rio, Bruno Lozano, disse que as autoridades iriam revistar o mato ao longo do rio Grande para garantir que ninguém se escondia e acabar de limpar o local antes de reabrir a ponte internacional, o que não aconteceria antes da noite de domingo.
As autoridades querem ter a certeza de que nenhum outro grande grupo de migrantes se dirige para a zona de Del Rio e possa montar um acampamento semelhante, acrescentou.
Lozano disse que não houve mortes durante o tempo em que o campo foi ocupado e que 10 bebés nasceram, quer no campo, quer no hospital de Del Rio.
“Foi necessária uma mobilização urbana a esta escala para ajudar e evitar perdas de vidas e, na verdade, acolher os nascimentos de crianças aqui”, disse Lozano, que chamou à deslocalização de todos os migrantes “fenomenal”.
O número de migrantes atingiu o seu auge no sábado passado, movidos pela confusão sobre as políticas da administração do Presidente dos EUA, Joe Biden, e pela desinformação nas redes sociais.
Os EUA e o México trabalharam rapidamente, parecendo ansiosos por pôr fim à situação humanitária que levou à demissão do enviado especial dos EUA para o Haiti e à indignação generalizada, depois de terem surgido imagens de agentes fronteiriços a manobrar os seus cavalos para bloquear e deslocar à força os migrantes.
Na sexta-feira, Joe Biden disse que a forma como os agentes usaram os seus cavalos era “horrível” e que “o povo pagará” como resultado. Os agentes foram afetos a tarefas administrativas, enquanto a administração investiga.
“Haverá consequências”, disse Biden aos repórteres. “É um embaraço, mas, para além de um embaraço, é perigoso, é errado, envia a mensagem errada a todo o mundo e envia a mensagem errada em casa. Não é simplesmente quem nós somos”.
Muitos migrantes enfrentam a expulsão, porque não estão cobertos pelas proteções recentemente alargadas pela administração Biden aos mais de 100.000 migrantes haitianos já nos EUA, citando preocupações de segurança e agitação social no país mais pobre da região
A administração Trump decretou a política, denominada Título 42, em março de 2020, para justificar políticas de imigração restritivas num esforço para impedir a propagação do coronavírus. A administração Biden utilizou-a para justificar a deportação de migrantes haitianos, refere a Associated Press.
Um juiz federal decidiu, no final da semana passada, que a regra era imprópria e deu ao governo duas semanas para a suspender, mas a administração Biden recorreu.
LUSA/HN
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