A agência Lusa constatou junto de vários estabelecimentos do Funchal que a entrada de clientes decorria sem controlo, por parte dos agentes económicos, dos certificados de vacinação e do teste à covid-19.
Em alguns supermercados e grandes superfícies, a Lusa observou, porém, que a verificação do teste ou do certificado de vacinação estava a ser efetuada. Nestes locais a afluência era grande, mas a entrada fazia-se sem grandes filas.
Por outro lado, alguns dos pontos de testagem à covid-19 do Funchal registavam uma grande afluência, cerca das 12:00, designadamente na zona hoteleira, onde se encontravam cerca de 100 pessoas, nomeadamente turistas, numa enorme fila para fazer um teste à covid-19.
O Governo da Madeira (PSD/CDS-PP) decretou novas medidas restritivas, que entraram em vigor às 00:00 do dia 20, entre as quais a obrigatoriedade de apresentação de certificado de vacinação ou do teste antigénio negativo para aceder à maioria dos recintos públicos e privados.
Contudo, desde hoje que a apresentação de apenas um dos comprovativos (vacinação ou teste rápido) mantém-se apenas para aceder a supermercados e mercearias, transportes públicos, farmácias e clínicas, igrejas e outros locais de culto, e para realizar atos urgentes relativos à Justiça e recorrer a outros serviços essenciais (como correios, serviços autárquicos ou abastecimento de combustível).
Para entrar em espaços desportivos, restaurantes, cabeleireiros, hotéis, ginásios, bares e discotecas, eventos culturais, cinemas, atividades noturnas, jogos, casinos e outras atividades sociais similares passa a ser obrigatório apresentar tanto o certificado de vacinação como o comprovativo de teste.
A obrigatoriedade de apresentação de testes envolve a possibilidade de os cidadãos realizarem testes rápidos gratuitos de sete em sete dias, período durante o qual os resultados são considerados válidos.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) realçou hoje que estas medidas “são recomendatórias”, pelo que a fiscalização é de supervisão e não de caráter “castigador”.
Jorge Veiga França indicou que, do ‘feedback’ que recebeu hoje, os agentes económicos estão a cumprir as normas de “obrigação do uso de máscara, desinfeção e distanciamento”.
Já no que toca à fiscalização dos certificados e dos testes, notou que “é um ónus demasiado pesado em alguns casos”.
“Em que medida é que os empresários que já estão em situações complicadas ainda vão arriscar perder clientela por uma fiscalização que entendem não ser da sua competência?”, questionou.
O presidente da ACIF sublinhou que “tem de haver consciência cívica, mais do que obrigar os agentes económicos a assumirem um papel fiscalizador”, acrescentando que alguns comerciantes têm aconselhado e apelado aos cidadãos para o cumprimento das normas.
Já em frente à Quinta Vigia – residência oficial do presidente do Governo Regional – estavam algumas dezenas de manifestantes a protestar contra as novas medidas restritivas.
A Madeira registou na sexta-feira uma morte e 101 novos casos de covid-19, elevando para 651 o número de situações ativas. Nos hospitais da região, de acordo com o mais recente boletim epidemiológico diário, estavam 61 doentes hospitalizados, cinco na unidade de cuidados intensivos dedicada à covid-19.
LUSA/HN
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