Guiné-Conacri identifica caso de febre de Lassa no sul do país

23 de Abril 2022

Um caso de febre hemorrágica de Lassa, uma doença viral semelhante ao Ébola, foi identificado no sul da Guiné-Conacri, anunciou na sexta-feira o Ministério da Saúde deste país da África ocidental.

O vírus da febre de Lassa foi detetado numa rapariga de 17 anos de Kassadou, no município de Guéckédou, segundo um comunicado.

A doente está a ser tratada num centro médico e o seu estado era, na sexta-feira à noite, quando foi divulgado o comunicado, “satisfatório”.

A infeção foi detetada em 20 de abril, em Guéckédou, e confirmada por um segundo teste realizado num “laboratório de referência de Conacri”, a capital da Guiné-Conacri, país vizinho da Guiné-Bissau.

Está em curso uma investigação nas aldeias relacionadas com o caso, “para registo de todos os contactos e seu seguimento”, não tendo sido notificado qualquer outro caso até sexta-feira, segundo as autoridades de Conacri.

A febre hemorrágica de Lassa é provocada por um vírus da mesma família daquele que provoca o Ébola, embora seja menos fulminante.

É uma doença viral hemorrágica endémica na África ocidental, transmitida aos seres humanos através de contacto com alimentos ou objetos contaminados com urina ou fezes de roedores e tem uma taxa de mortalidade de 1%.

A transmissão entre humanos ocorre através do contacto com fluidos corporais de pessoas infetadas.

O vírus recebeu o nome da cidade da Nigéria onde foi identificado pela primeira vez, em 1969.

No passado dia 17 de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que pelo menos 98 pessoas morreram desde o início do ano de febre de Lassa na Nigéria, onde um surto já infetou 540 pessoas desde janeiro.

Embora endémica na Nigéria, com um aumento de casos durante a época seca, entre novembro e maio, a doença está a registar um número “muito mais elevado de casos” este ano do que em épocas anteriores, segundo a OMS, que atribui este fenómeno a uma capacidade de vigilância e testagem reduzida.

Para responder a este surto, os centros de controlo de doenças da Nigéria, juntamente com a OMS e outros parceiros, ativaram um Centro de Operações de Emergência para coordenar as respostas a todos os níveis, diz o comunicado.

A OMS também mobilizou especialistas para intervir na investigação, rastreamento de contactos, comunicação de risco, estando em curso planos para reforçar os esforços e ajudar a Nigéria a controlar o surto.

A organização destacou também o número de casos e mortes entre profissionais de saúde, o que se deve em parte à falta de medidas adequadas de prevenção e controlo nas unidades de saúde.

A OMS tem fornecido equipamento de proteção pessoal para os profissionais de saúde, máscaras, protetores faciais, desinfetantes para as mãos e sacos de lixo como parte do seu apoio no combate à doença.

LUSA/HN

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