Endocrinologistas sugerem critérios de prioridade para as bombas automáticas de insulina

10 de Outubro 2022

Um grupo de especialistas sugeriu, na reunião "Horizontes da Diabetes", organizada pelo grupo de estudos Diabetes Mellitus da SPEDM – Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, critérios de prioridade para bombas automáticas de insulina.

A reunião decorreu no passado dia sete de outubro e teve como objetivo promover a discussão sobre os discutem critérios de prioridade para as bombas automáticas de insulina.

Em comunicado a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo frisa que “os sistemas de administração automática de insulina, estão, à luz da evidência atual, indicados para todas as pessoas com diabetes (PCD) tipo 1. No entanto, competirá à equipa de cada centro selecionar quais as PCD que receberão estes sistemas em primeiro lugar”.

Aos olhos dos endocrinologistas, embora com grande nível de automatismo, é “imprescindível” a colaboração do doente. “Os sensores, habitualmente colocados na parede abdominal, têm de ser substituídos pela PCD a cada 7 dias e ainda é necessário fazer a calibração com glicemia capilar (picada no dedo) 2 vezes por dia. Por outro lado, é necessário trocar todo o conjunto de infusão (tubo e cânula que ligam a bomba ao corpo) a cada 3 dias, no máximo.”

Os peritos sublinham na nota que “ainda não existe automatismo total. Ou seja, a PCD tem de introduzir corretamente os hidratos de carbono que vai ingerir a cada refeição, bem como anunciar o exercício físico”. É por isso que “penas PCD/familiares cuidadores que demonstrarem essa capacidade beneficiarão significativamente desses sistemas.”

Os especialistas presentes na reunião, em concordância com o consenso internacional, recomendam que os sistemas de administração automática de insulina devem ser considerados para todas as pessoas com DM1, especialmente as que têm um com controlo glicémico subótimo, hipoglicemia problemática e grande variabilidade glicemia.

O debate foi moderado pelas endocrinologistas Luísa Barros, coordenadora do grupo de estudos Diabetes Mellitus da SPEDM, Helena Cardoso, diretora do Serviço de Endocrinologia do Centro Hospitalar Universitário do Porto e Sónia do Vale, diretora do Programa Nacional para a Diabetes – Direção Geral da Saúde.

PR/HN/Vaishaly Camões

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