Rui Nabeiro era “uma grande figura” e “um grande empresário”, afirmou o governante, em declarações aos jornalistas, quando chegou, ao final da tarde, à Igreja Matriz de Campo Maior (Portalegre), onde decorre o velório do fundador do Grupo Nabeiro – Delta Cafés.
Com a voz embargada, realçando ter sido “muito amigo” de Nabeiro, pelo que lhe “custa” este momento, Manuel Pizarro evocou o apoio do empresário ao SNS, ao longo da vida.
Foi “um homem dedicado à causa pública. Olhe, foi sempre um apoiante do Serviço Nacional de Saúde. Eu tenho obrigação de vir aqui, agradecer isso ao longo do tempo”, afiançou.
Questionado pelos jornalistas sobre se ainda se fazem empresários como Rui Nabeiro, cujo humanismo e responsabilidade social têm sido destacados pelas muitas figuras públicas que têm falado, após a sua morte, no domingo, Manuel Pizarro frisou ter “esperança” que sim.
“Tenho esperança que se façam, porque acho que o mais relevante, num dia como hoje, é nós lembrarmos o seu exemplo, lembrá-lo ele como homem, mas sobretudo lembrarmos que ele é um exemplo” e que “deixa a todos uma obrigação”, nomeadamente aos políticos, afirmou.
Para estes, precisou, é preciso “nunca” esquecer “em momento nenhum que a política é feita a favor do conjunto das pessoas e a favor daqueles que mais precisam, que foi uma coisa que o senhor Rui Azinhais Nabeiro fez toda a sua vida”.
O ministro da Saúde disse ainda esperar que “frutifique esta ideia de que um empresário tem também responsabilidade social”.
“É muito justo que se possa ganhar dinheiro, as empresas servem para ganhar dinheiro, mas também é muito importante que se saiba distribuir o que se ganhou, que se saiba criar paz social, que se saiba partilhar com os outros, que se saiba partilhar com a comunidade. Tudo isso assenta como uma luva no percurso desse grande homem que foi o comendador Rui Nabeiro”, destacou.
E, quanto ao futuro, Manuel Pizarro, manifestou-se tranquilo de que os herdeiros do empresário saberão continuar o seu legado.
“Essa foi uma das grandes obras do comendador Rui Nabeiro, foi deixar as coisas assentes para o futuro. Ele nunca deixou de viver a sua vida, nunca desistiu da sua vida, nunca desistiu da sua empresa e de tudo o resto que fez, mas também nunca deixou de pensar que, como todos, não era eterno”, argumentou.
E que, por isso, “era preciso preparar o futuro”, acrescentou o ministro, afirmando: “Confio muito que as futuras gerações vão honrar a memória do fundador desta grande empresa”.
Natural de Campo Maior, o empresário Rui Nabeiro (1931-2023), presidente e fundador do Grupo Nabeiro – Delta Cafés, morreu no domingo aos 91 anos, vítima de doença, no Hospital da Luz, em Lisboa, onde se encontrava internado devido a problemas respiratórios, disse à agência Lusa, nesse dia, fonte da empresa.
As cerimónias fúnebres decorrem na Igreja Matriz de Campo Maior, desde as 12:00 de hoje, seguindo-se, na terça-feira, a partir da mesma hora e na mesma igreja, a missa de corpo presente, informou a família. O cortejo fúnebre seguirá, depois, em direção ao Cemitério Municipal da vila.
LUSA/HN
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