Aliança para promoção de saúde mental no trabalho pretende ser “sistema dinamizador”

29 de Abril 2023

A Aliança Portuguesa para Promoção da Saúde Mental no Local de Trabalho (ASM) apresentada ontem, tem como principal desafio ser “um sistema agregador e dinamizador” para promover o diálogo entre as entidades parceiras

“É um dia muito importante para nós, pois aquilo que nós propomos fazer é contribuir para a promoção da saúde mental no local de trabalho, que é um tema que há muito merece ser trabalhado”, disse à Lusa a presidente da ASM.

De acordo com Filipa Palha, o organismo, que foi fundado há seis meses e agora apresentado, pretende reunir, discutir e integrar “realidades e setores de atividade diferentes”.

“Será um espaço que move o diálogo, um sistema agregador dinamizador, e que vai promover este diálogo entre os diferentes ‘stakeholders’ [grupo de interesse]. São muitos os desafios que temos neste tema. Desde logo, o estigma que ainda existe associada à doença mental, aquilo que é a iliteracia em saúde mental”, realçou.

A sessão de apresentação da ASM aconteceu hoje no auditório da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), no âmbito do Dia Mundial da Saúde e Segurança no Trabalho, com o alto patrocínio da Presidência da República.

No fundo, segundo Filipa Palha, a entidade deseja ainda “promover a literacia em saúde mental, promover a integração do tema na organização, definir respostas ajustadas aos diferentes desafios e promover o ‘networking’”.

“Já temos 30 associados que representam organizações de diferentes setores (…). Temos de integrar a Academia, os municípios, organizações de diferentes dimensões… temos desde a área da saúde (…) até à construção civil”, observou.

Sobre a prevalência dos problemas de saúde mental nos trabalhadores, a presidente da ASM apontou para “inúmeras fragilidades” agravadas nos serviços após a pandemia.

“Percebemos que temos serviços frágeis e temos contextos onde deveria existir uma abordagem a esta temática, porque exige uma intervenção multissetorial. (…) Temos uma dimensão do problema que atinge proporções assustadoras”, sublinhou.

Filipa Palha disse ainda que o tema deve ser “abordado de forma muito particular” para que as pessoas “possam ter contextos (…) que ajudem a desenvolver o seu potencial, que os ajudem nas suas fragilidades”.

“Estamos muito motivados e com muita esperança, porque o interesse é transversal. A vontade de começar a dar passos concretos também é algo que neste momento é muito evidente e esta Aliança pretende ser esse espaço de diálogo onde os diferentes ‘stakeholders’ se possam encontrar em conjunto, trabalhar de uma forma consistente, responsável e com metas a curto, médio e longo prazo”, acrescentou.

NR/HN/Lusa

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