Questionado pela agência Lusa sobre os níveis de adesão à paralisação nacional convocada pela Federação Nacional dos Médicos, que decorreu na terça e na quarta-feira, o ministério esclareceu que os dados coligidos pelas diversas instituições do Ministério da Saúde (MS) não permitem estabelecer a adesão à greve, uma vez que, “cumprindo a lei, o que é registado é o absentismo laboral”.
“Só com o processamento dos salários se poderá destrinçar entre a ausência do local de trabalho motivada pela greve e aquela que teve origem noutras causas, nomeadamente por doença”, explica numa resposta escrita.
Os dados do MS relativos ao absentismo indicam que no primeiro dia de greve 36,2% dos médicos não compareceram ao trabalho.
“A região Norte registou a maior taxa de absentismo, 44,9%, sendo o Alentejo a região com menor taxa, registando 26,4%. As regiões Centro, Algarve, e Lisboa e Vale do Tejo registaram uma taxa de 33,5%, 33,3% e 29,2%, respetivamente”, adiantam.
No segundo dia de greve, 38,8% dos médicos não compareceram ao trabalho, referem os dados, precisando que na região Norte o absentismo situou-se nos 46,9%, seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo, com 33,9%.
Na região Centro, 33,5% dos médicos não compareceram na instituição onde trabalho, no Alentejo foram 33,1% e no Algarve 32,5%.
A paralisação nacional de dois dias foi convocada pela Federação Nacional dos Médicos (Fnam), que apontou 85% de adesão à greve no primeiro dia e 90% no segundo.
Na quarta-feira, no final de uma reunião do conselho nacional extraordinário da Fnam, que decorreu ao longo da manhã em Coimbra, a presidente da federação, Joana Bordalo e Sá, realçou que a adesão à greve atingiu os 100% em algumas unidades de saúde familiar modelo B do país.
A Fnam e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) reúnem-se hoje à tarde com a tutela, uma semana depois de o ministro da Saúde lhes ter apresentado uma proposta que prevê um novo modelo remuneratório e um suplemento de 500 euros mensais para os médicos que realizam serviço de urgência e a possibilidade de poderem optar pelas 35 horas semanais.
LUSA/HN
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