Esta posição foi transmitida pelo presidente da IL, Rui Rocha, na sua conta pessoal na rede social X (antigo Twitter), numa alusão ao caso de duas gémeas luso-brasileiras que vieram a Portugal em 2019 receber o medicamento Zolgensma, – um dos mais caros do mundo -, depois de terem sido diagnosticadas com atrofia muscular espinhal.
Segundo noticiou a TVI, o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, vai abrir uma auditoria para perceber como é que duas gémeas que viviam no Brasil receberam em Lisboa em 2019 um tratamento que, no conjunto custou quatro milhões de euros, havendo suspeitas de que isso tenha acontecido por influência do Presidente da República, que já negou qualquer interferência.
“O senhor Presidente da República já veio garantir que não interferiu na decisão de realizar o tratamento com custo de quatro milhões no Hospital de Santa Maria. Sendo assim, quem tomou a decisão de o realizar contra o entendimento dos médicos responsáveis?”, questionou Rui Rocha na mensagem que publicou na rede social X.
Para o presidente da IL, “suspeitas de interferências políticas ao mais alto nível a impedir um correto uso dos recursos do SNS [Serviço Nacional de Saúde] constituem acusações gravíssimas que devem ser integralmente apuradas, incluindo a sua eventual dimensão criminal com o Ministério Público a assegurar todas as diligências pertinentes”.
“O senhor primeiro-ministro [António Costa] teve conhecimento deste caso? E a ministra da Saúde de então [Marta Temido] e o secretário de Estado [Francisco Ramos], qual foi o papel que tiveram?”, pergunta.
Rui Rocha entende que é necessário esclarecer neste caso de onde veio uma eventual pressão política a favor da aplicação do tratamento às duas crianças luso-brasileiras, alegadamente desautorizando a direção clínica, e se há casos idênticos aos quais o tratamento foi negado.
No texto que publicou nas redes sociais, o líder da IL interroga-se também “como se justifica que tenham desaparecido documentos do processo no Hospital” de Santa Maria.
O presidente da IL considera depois que o SNS “tem mais de seis mil milhões de euros desde 2015 e mesmo assim está em colapso”.
“Há problemas graves de gestão que impedem que mesmo gastando muito mais os portugueses possam ter um serviço de qualidade. Neste preciso momento há cerca de 30 unidades hospitalares com serviços e urgências encerrados ou fortemente condicionados. Em muitas zonas do país, o acesso a cuidados urgentes em áreas como ortopedia ou pediatria só está disponível a uma distância de várias dezenas ou mesmo centenas de quilómetros. É fundamental perceber ao detalhe porquê”, completa.
LUSA/HN
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