“A pressão que está a haver na urgência [de Tondela] é muito grande, o serviço não está dimensionado para um aumento do número de casos”, afirmou a autarca social-democrata à agência Lusa.
A administração da Unidade Local de Saúde Viseu Dão Lafões (ULSVDL) informou, ao final da tarde de segunda-feira, que a urgência pediátrica estará encerrada ao exterior todos os dias no período noturno, entre as 20:00 e as 09:00, a partir de 01 de junho.
Desde março, já estava condicionada ao exterior no período noturno entre quinta-feira e domingo.
“As informações que nós temos é que, já durante o fim de semana, pelo facto de a urgência da pediatria de Viseu estar encerrada, havia um aumento do número de casos de crianças”, que não era habitual, contou Carla Antunes Borges.
Segundo a autarca, essa situação “complica e pressiona o serviço que é prestado” na urgência geral do hospital de Tondela, “que não consegue ter resposta” para este avolumar de casos.
Carla Antunes Borges disse entender que, numa situação de doença, “qualquer pai quer é que o filho seja atendido o mais depressa possível” e, não tendo resposta em Viseu, “claro que recorre ao hospital público e à urgência pública mais próxima, que é a do hospital de Tondela”.
“Não é solução dirigir as pessoas para Coimbra, para uma urgência pediátrica. Têm é que se encontrar soluções para que as crianças tenham uma resposta imediata”, defendeu.
A autarca lembrou que já há muito tempo vem alertando “para o facto de as urgências de Tondela não estarem a funcionar devidamente”.
“E agora ainda vem agravar mais a situação”, realçou, acrescentando que, “durante a noite, muitas vezes, verifica-se que só existe lá um médico e as respostas não estão a ser dadas à população como deve ser”.
À semelhança do que já tinha feito o presidente da Câmara de Viseu, Carla Antunes Borges criticou o facto de os autarcas não terem sido informados desta decisão da administração da ULSVDL, liderada por Nuno Duarte.
“Não conseguimos compreender que não haja qualquer contacto connosco, é um total desrespeito”, considerou.
A administração da ULSVDL justificou, em comunicado, que “para poder maximizar a disponibilidade dos pediatras durante o período de verão, sem impedir o legal direito ao gozo de férias, importa limitar a atividade assistencial da Urgência Pediátrica aos períodos diurnos e às situações de emergência em período noturno”.
Segundo a ULSVDL, a decisão visa “garantir disponibilidade para uma escala continuada de apoio à Urgência Interna e Bloco de Partos, evitando assim mais roturas assistenciais em cascata”.
LUSA/HN
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