Quatro em dez pessoas transgénero e não binárias sentem-se mal atendidas na saúde em Espanha

20 de Novembro 2024

Quatro em cada dez pessoas transgénero e não binárias em Espanha afirmam que os seus profissionais de saúde não sabem como atende-las, e uma em cada dez garante que estes consideram que pertencer a estes grupos é uma doença.

Os dados foram recolhidos pelo primeiro estudo realizado em toda a Espanha sobre a saúde das pessoas trans e não binárias, para o qual foram registadas 1.823 entrevistas, realizadas ‘online’ e anonimamente, noticiou na terça-feira a agência Efe.

O objetivo do estudo, liderado por María José Belza e apresentado pelo Instituto Carlos III no Ministério da Saúde espanhol, foi aliviar uma falta de informação sobre as necessidades específicas de saúde da comunidade LGBTIQA+ e, especificamente, das pessoas trans e não binárias.

Um dos pontos que a investigação destaca são os problemas de saúde mental, como a depressão e a ansiedade, que o grupo sofre devido à discriminação estrutural que sofre.

Neste sentido, pouco mais de metade dos inquiridos referiram que não conseguiam cobrir as suas necessidades de cuidados de saúde mental por razões económicas.

Os investigadores abordaram também os ataques ao grupo e concluíram que quase metade das pessoas que participaram no estudo já foram agredidas fisicamente em algum momento.

Oito em cada dez inquiridos afirmam que estes ataques tiveram repercussões na sua saúde.

A investigação revelou ainda que apenas 10% das pessoas trans e não binárias se tornaram visíveis em todas as esferas das suas vidas, razão pela qual os autores do estudo enfatizaram a importância de abordar a saúde deste grupo, compreendendo a sua identidade de género como parte da diversidade humana.

Cerca de 35% das pessoas participantes neste estudo são homens trans, 23% são mulheres trans e 42% são pessoas não binárias, com uma idade média a rondar os 26 anos, e com pouca presença de maiores de 50 anos, segundo os investigadores.

Como explica o instituto no seu ‘site’, o estudo foi financiado com fundos do Ministério da Ciência, Inovação e Universidades, através de uma chamada intramuros do ISCIII, e do Ministério da Saúde, através do Plano Nacional sobre Drogas (PND).

LUSA/HN

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