Coimbra preocupada com dificuldades da Comissão de Proteção das Crianças

28 de Fevereiro 2025

A Assembleia Municipal de Coimbra (AMC) aprovou hoje por unanimidade uma recomendação em que é manifestada a preocupação pelas dificuldades sentidas pela Comissão de Proteção das Crianças e Jovens (CPCJ) local.

O documento, proposto pelo próprio presidente da AMC, Luís Marinho (PS), “reconhece as dificuldades do trabalho da CPCJ de Coimbra, no que se refere a instalações e recursos humanos”, chamando à atenção para a falta de representantes legais da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra e da Segurança Social.

A AMC incita ainda o executivo camarário “a aprofundar o estudo das razões que levam ao incremento dos processos de proteção e adequar as suas políticas de intervenção à mitigação das circunstâncias que, a montante, lhes dão origem”.

O relatório de 2024 da CPCJ de Coimbra foi analisado em conferência de líderes, prévia à AMC, tendo sido também apresentado hoje, na reunião daquele órgão local, pela presidente da instituição, Eva Serens.

A presidente da CPCJ de Coimbra deu nota de que há um grande aumento de volume processual global, com a exposição à violência doméstica por menores a continuar a crescer.

“A minha equipa são seis pessoas e, no decurso de 2024, arquivaram centenas de processos, com fundamento de inexistência de perigo. Ou seja, o processo foi aberto, acompanhado, avaliado e feitas todas as diligências junto dos jovens e dos pais”, disse.

O deputado municipal do PS Luís Silva considerou que aquela instituição merece outras instalações, defendendo ainda que o município deve pedir à ULS de Coimbra e à Segurança Social “que cumpram a lei”.

“Se não têm técnicos especializados, podem abrir concursos para isso. O que não podem fazer é andar há anos a dizer que não têm recursos suficientes [para integrar a CPCJ de Coimbra]”, afirmou, considerando a situação de uma “gravidade absolutamente extraordinária”.

Também o deputado do movimento Cidadãos por Coimbra (CpC) considerou que o número de processos da CPCJ de Coimbra “atingiu um ponto de saturação”, defendendo que “é urgente enfrentar de forma decisiva as inúmeras fragilidades sociais e de saúde de Coimbra postas a descoberto”.

A posição foi também acompanhada pela CDU, com João Pinto Ângelo a considerar que o município deve atuar junto das entidades “que estão a incumprir a lei”.

João Francisco Campos, do PSD, recordou que a CPCJ não está em instalações condignas, assim como a PSP ou os serviços de ação social da Câmara de Coimbra (que partilham o mesmo edifício), considerando que este é um problema herdado e que “o município tem de resolver”.

lusa/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Rui Afonso é o novo partner da ERA Group

Rui Afonso é o novo partner da ERA Group, consultora especializada em otimização de custos e processos para as empresas. Com mais de 25 anos de experiência em gestão de negócios, vendas e liderança de equipas no setor dos dispositivos médicos, reforça agora a equipa da ERA Group em Portugal, trazendo a sua abordagem estratégica, motivação e paixão pelo setor da saúde. 

Fundação Portuguesa de Cardiologia – Delegação Norte lança “Ritmo Anárquico”, programa de rastreios gratuitos à fibrilação auricular

A Fundação Portuguesa de Cardiologia – Delegação Norte vai lançar a campanha “Ritmo Anárquico”, um programa de rastreios gratuitos à fibrilação auricular na região norte do País. A iniciativa vai arrancar na sede da Fundação Portuguesa de Cardiologia, no Porto, no dia 4 de abril, com rastreios a decorrer entre as 10h00 e as 13h00 e as 14h00 e as 17h00.

Fórum da Saúde Respiratória debate a estratégia para a DPOC em Portugal

Com o objetivo de colocar as doenças respiratórias como uma prioridade nas políticas públicas de saúde em Portugal, terá lugar no próximo dia 9 de abril, das 9h às 13h, no edifício Impresa, em Paço de Arcos, o Fórum Saúde Respiratória 2025: “Doenças Respiratórias em Portugal: A Urgência de Uma Resposta Integrada e Sustentável”.

Gilead, APAH, Exigo e Vision for Value lançam 4ª Edição do Programa Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem

O Programa Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem anuncia o início da sua 4ª edição, reforçando o compromisso com a promoção da cultura de Value-Based Healthcare (VBHC) em Portugal. Esta edição conta com um novo parceiro, a Vision for Value, uma empresa dedicada à implementação de projetos de VBHC, que se junta à Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), EXIGO, Gilead Sciences, e ao parceiro tecnológico MEO Empresas.​

Medicamento para o tratamento da obesidade e único recomendado para a redução do risco de acontecimentos cardiovasculares adversos graves já está disponível em Portugal

O Wegovy® (semaglutido 2,4 mg), medicamento para o tratamento da obesidade, poderá ser prescrito a partir do dia 1 de abril de 2025 em Portugal, dia em que a Novo Nordisk iniciará a sua comercialização e abastecimento aos armazenistas. O Wegovy® estará disponível nas farmácias portuguesas a partir do dia 7 de abril.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights