A organização continuará a prestar apoio domiciliário aos pouco mais de 30 idosos que tem atualmente até ao fim do mês, que serão depois dessa data acompanhados por outras instituições que estão a par da situação, entre as quais a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, disse a diretora técnica, Maria Eugénia Beltran.
O alerta para 15 trabalhadores despedidos e com ordenados em atraso partiu do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (STFPS), que refere ainda que a instituição vai deixar de prestar apoio a 77 idosos protocolados com a Segurança Social.
Contactada pela Lusa, a diretora técnica da instituição explicou que a instituição já teve cerca de 100 utentes domiciliários, mas agora “se tiver trinta e tal é muito”.
“Tivemos uma grande baixa de utentes. Morreram imensas pessoas. Infelizmente, isto também está ligado com a pandemia. Atingiu toda a gente. Tivemos essas baixas e depois, infelizmente, também tivemos muitas pessoas que não puderam pagar a comparticipação dos utentes. Muitos familiares ficaram desempregados e não podem pagar a comparticipação e estão a servir-se inclusivamente das reformas dos pais, dos avós”, disse.
Devido à “muito grande, mesmo muito grande” baixa de receitas, a instituição ficou com problemas graves a nível financeiro e decidiu encerrar.
“Temos alguns ordenados em atraso de outubro e subsídios e não pode ser. É incomportável. Optámos por fechar no final deste mês, com indicação aos funcionários, e vamos apresentar um plano de insolvência, porque eles têm direito ao fundo de garantia salarial”, acrescentou, salientando que a atual direção da casa também é constituída por pessoas muito idosas e que acabará o mandato em dezembro, não existindo ninguém que queira assumir a casa posteriormente.
Numa nota, o STFPS afirmou que denunciou em agosto várias irregularidades na instituição à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) “por várias vezes, mas sem qualquer intervenção deste organismo”.
O STFPS salientou que, “em contexto de pandemia”, a situação irá ter impactos “brutais para as trabalhadoras, algumas delas em risco de ficar em situação de sem-abrigo”.
LUSA/HN
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