No seu texto, a APHP adiantou que “os hospitais privados manifestaram desde cedo – e reiteram — a intenção de participar no esforço coletivo necessário para uma resposta conjunta que se revele capaz de defender, em todas as circunstâncias, a saúde dos portugueses”.
Quantificou, em concreto, que “há mais de 800 camas dos hospitais privados que estão afetas aos doentes do SNS” (Serviço Nacional de Saúde).
Estes números já incluem “100 que ainda no sábado último foi possível adicionar face a solicitação do SNS para doentes não-covid”, esclareceu a Associação.
Ainda sobre este tema, a APHP especificou que “hoje mesmo foi possível aumentar o número de camas covid disponibilizadas em Lisboa”.
No sítio da Direção-Geral de Saúde na internet, a informação relativa ao dia de hoje indica que existem 109.312 casos ativos em Portugal, dos quais 3.983 estão internados, com as unidades de cuidados intensivos a acolherem 567 destes.
O tema dos privados na saúde esteve hoje presente na campanha eleitoral para as eleições presidenciais.
Durante uma visita ao centro de saúde Algueirão-Mem Martins (Sintra), Ana Gomes, ao ser questionada sobre uma eventual requisição civil na saúde, apontou ao Presidente e recandidato, que acusou de ter desequilibrado a negociação na saúde a favor dos privados “contra o interesse público”, dificultando um entendimento entre as partes.
Com o mesmo sentido crítico de Ana Gomes, João Ferreira, apoiada pelo PCP e PEV, acusou os privados na saúde de se porem “ao fresco” na “hora do aperto” e de “desertarem” nos momentos difíceis, como é o combate à pandemia de covid-19.
“Percebemos hoje que aquele negócio que cresceu à sombra do desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde, porque foi quando se começou a desinvestir no SNS que começou a nascer e a proliferar o negócio privado da doença, percebemos hoje que na hora do aperto, esses, os grupos económicos que fazem esse negócio, põem-se ao fresco”, afirmou o eurodeputado comunista, durante uma ação em Santiago do Cacém.
Também hoje, a ministra da Saúde, durante uma visita ao polo de Lisboa do Hospital das Forças Armadas, admitiu avançar com mecanismos, como a requisição civil, para garantir apoio aos hospitais públicos, sobretudo na região de Lisboa, onde tem havido mais dificuldades em conseguir acordos com outros setores.
Marta Temido disse que há 19 convenções celebradas no Norte do país com outros setores (privado e social) para garantir 150 camas para doentes covid e outras tantas para doentes não covid e reconheceu que em Lisboa a capacidade é menor, com cerca de 100 camas e muito espalhadas por várias instituições, o que “dificulta a gestão dos processos dos doentes”.
LUSA/HN
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