Subsídio de risco para profissionais de saúde começa a ser pago este mês

17 de Março 2021

O pagamento do subsídio de risco a profissionais de saúde, um apoio extraordinário criado no âmbito do combate à pandemia de covid-19, vai avançar ainda este mês, anunciou hoje em comunicado o Ministério da Saúde.

“O Ministério da Saúde começa a pagar ainda este mês o subsídio de risco aos profissionais de saúde”, lê-se no documento, que refere que já foi aprovada a portaria que regulamenta os procedimentos de atribuição deste subsídio extraordinário.

O artigo 291.º, da Lei 75-B/2020, de 31 de dezembro, estabeleceu a atribuição de um subsídio de risco extraordinário e transitório para os profissionais de saúde que estejam em contacto direto com pessoas suspeitas e doentes infetados com a doença Covid-19, com efeitos retroativos a janeiro de 2021.

O mesmo artigo determina ainda, no seu ponto 2, que o pagamento é efetuado bimestralmente.

“Quer isto dizer que o início deste processo se vai verificar no mês de março, como, aliás, estava previsto. Ao contrário do que foi adiantado por alguns órgãos de comunicação social, o pagamento não poderia ocorrer em fevereiro, uma vez que o processamento só se pode fazer no mês seguinte, face à necessidade de se apurar quer a assiduidade do trabalhador, quer o período temporal das funções que conferem o direito ao subsídio aqui em causa”, diz o comunicado do Ministério da Saúde.

Segundo o executivo, “o pagamento do subsídio de risco vai ser efetuado este mês nos hospitais que ainda não processaram os vencimentos e os restantes organismos da administração direta e indireta do Estado, integrados no Ministério da Saúde, também o farão, com efeitos a 01 de janeiro de 2021, no próximo processamento”.

O primeiro-ministro, António Costa, tinha já avançado que o Governo “já mandou processar o pagamento do subsídio de risco devido aos profissionais” de saúde.

No debate com o primeiro-ministro sobre política geral, que decorreu hoje no parlamento, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, considerou “chocante” a notícia de hoje do jornal Público de que os profissionais de saúde continuam sem receber subsídio de risco do Governo, questionando diretamente António Costa sobre o tema.

“Primeiro lugar, boa notícia: a senhora ministra de Saúde já mandou processar o pagamento do subsídio de risco devido aos profissionais da saúde. Relativamente aos profissionais de outros setores, ainda estão as portarias em assinatura”, disse na ocasião o primeiro-ministro.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.671.720 mortos no mundo, resultantes de mais de 120,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.722 pessoas dos 815.570 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

João Paulo Magalhães: É preciso investir na Prevenção, Organização e Valorização dos Médicos de Saúde Pública

João Paulo Magalhães, Vice-Presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, defende para o próximo Governo três prioridades essenciais para a Saúde Pública: reforço da promoção da saúde e prevenção da doença, modernização e clarificação da organização dos serviços de Saúde Pública, e valorização das condições de trabalho e carreira dos médicos de Saúde Pública

AICEP aprovou investimentos de 300 ME em quatro empresas

A Agência para o Comércio Externo de Portugal (AICEP) aprovou um pacote de investimento de mais de 300 milhões de euros, em quatro empresas, criando mais de 1.200 postos de trabalho, adiantou hoje o Governo.

Evoluir o SNS: Reflexão de Luís Filipe Pereira sobre o Futuro da Saúde em Portugal

Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde, analisa os desafios estruturais do SNS, destacando a ineficiência do Estado nas funções de prestador, financiador e empregador. Defende a transição para um Sistema de Saúde que integre prestadores públicos, privados e sociais, promovendo eficiência e liberdade de escolha para os utentes.

Doze medidas de Saúde para qualquer novo governo

O Professor António Correia de Campos, Catedrático Jubilado e antigo Ministro da Saúde, aponta doze medidas de Saúde para qualquer novo Governo. Nelas, defende que os programas políticos para as legislativas de 18 de maio devem priorizar a integração das várias redes do sistema de saúde, reforçando a articulação entre hospitais, cuidados primários, cuidados continuados e ERPI. Propõe ainda soluções transitórias para a falta de médicos e aposta na dedicação plena para profissionais do SNS

Eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

Ana Escoval, Professora Catedrática Jubilada da ENSP (NOVA) e vogal da Direção da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar, analisa as propostas dos partidos para as legislativas de 18 de maio, destacando a necessidade de inovação, integração de cuidados, racionalização de recursos e reforço da cooperação público-privada como eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights