Falando na apresentação dos candidatos do BE aos órgãos autárquicos de Salvaterra de Magos, no distrito de Santarém, às eleições que se realizam este ano, Catarina Martins lembrou que o programa de testagem massiva foi anunciado em fevereiro e novamente em março e em abril, mas, não só não começou, como o número de testes tem vindo a descer.
“Estamos em junho e o número de testes tem vindo a diminuir, e não nos digam que é por causa dos feriados, porque, precisamente por causa dos feriados, nós precisamos de mais testagem”, disse, frisando que, dos 325.000 testes numa semana realizados há 15 dias se passou para os 296.000 na semana passada, quando a Direção-Geral da Saúde garantiu haver capacidade para realizar 100.000 testes por dia.
“Não são anúncios que controlam a pandemia, têm que ser medidas concretas”, disse.
Salientando o “sucesso” da vacinação em Portugal, demonstrado na redução do número de mortos, nomeadamente nos lares, Catarina Martins alertou, contudo, para a necessidade de se “olhar com atenção para o número de contágios que têm vindo a aumentar nas últimas semanas”.
“Nas próximas semanas vamos ouvir muitos apelos à responsabilidade individual para conter a pandemia”, afirmou, frisando que há igualmente uma responsabilidade “pública e coletiva”, não se compreendendo, por isso, a demora na testagem.
Catarina Martins fez ainda uma referência ao anúncio do G7, de doação de mil milhões de vacinas aos países mais pobres, sublinhando que esta “é uma gota no oceano” e que “é preciso fazer muito mais coletivamente” num combate que está a ser dificultado pelo aparecimento de novas variantes.
Para a líder bloquista, é necessário garantir que “toda a gente em todo o mundo tenha acesso à vacina”, pois essa é a única forma de garantir a segurança de todos.
Na sua intervenção, que decorreu na Praça da República, em frente ao edifício da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, e contando entre a assistência com a presença daquela que foi a única presidente de Câmara eleita pelo BE, Ana Cristina Ribeiro, a líder bloquista reafirmou os compromissos do partido para as eleições autárquicas, de apresentação de medidas concretas e para as pessoas.
Catarina Martins agradeceu a Ana Cristina Ribeiro, “Anita”, como foi várias vezes chamada, o “grande património” que deixou no concelho, com a sua postura de proximidade e de “receber toda a gente” na “construção de soluções” para os problemas.
Dirigindo-se aos candidatos à Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, o atual vereador Luís Gomes, e à Assembleia Municipal, Nuno Monteiro, atual eleito neste órgão, elogiou o terem assegurado uma oposição “consistente”, que, não só faz a denúncia, mas também apresenta propostas.
A independente Ana Cristina Ribeiro protagonizou a primeira, e até agora única, conquista de uma Câmara Municipal pelo Bloco de Esquerda nas autárquicas de 2001, 2005 e 2009, tendo sido impedida, pela lei de limitação de mandatos, de nova candidatura em 2013.
Em 2017 voltou a candidatar-se pelo BE, mas o Partido Socialista manteve a maioria conquistada em 2013, ano em que recuperou o município que havia perdido para Ana Ribeiro em 1997, então candidata independente pela CDU.
LUSA/HN
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