Andreia Costa

Andreia Costa
Entrevista exclusiva a João Santos / Presidente da ESEL
Estar num espaço sem casa de banho pode tornar-se o grande pesadelo de muitos doentes com doença inflamatória do intestino (DII). Um estudo recente alertou para o impacto emocional e psicológico da doença. Os resultados apontam que pessoas com Doença de Crohn e fístulas perianais têm mais dificuldades em falar sobre a sua condição com outros, evitando inclusive ter relações sexuais. Estima-se que cerca de 25 mil portugueses sofram com DII.
As recentes críticas sobre a falta de resposta por parte dos cuidados de saúde primários não caíram bem ao dirigente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar. Nuno Jacinto recusa que esteja a haver “um alívio da pressão nos centros de saúde”, alegando ser “natural” que com a falta de médicos de família “a resposta comece a ser mais deficitária e acabe por ter impacto noutros elos da cadeia”. O médico de família recusa, assim, que aumento da pressão das urgências hospitalares seja “só uma responsabilidade dos cuidados de saúde primários”, tratando-se de “um jogo do empurra que não interessa a ninguém”.
saúde pública também é informar a população, para que todos estejam sensibilizados para os sintomas e procurem ajuda médica de uma forma mais adequada, no tempo adequado, junto dos profissionais certos, e possam compreender as estratégias que lhes são definidas nas consultas
A terapia com pembrolizumab associada ou não a quimioterapia, aumentou o tempo de sobrevida dos doentes, principalmente para doentes com tumores PD-L1 positivo. Cerca de 30% dos doentes estão vivos após um seguimento mediano de 4 anos – um dado que era inimaginável no tempo em que só tínhamos a quimioterapia disponível para tratar estes doentes.
Conhecida como a “doença silenciosa”, a Hipertensão Arterial é um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares mais letais. Em Portugal, as doenças cardio-cérebrovasculares são responsáveis por mais de 32 mil mortes por ano e calcula-se que possam reduzir em 12-14 anos a esperança de vida. No Dia Mundial da Hipertensão, o Presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão fala numa nova pandemia, alegando que “se para as pandemias virais as medidas passam por evitar o contágio, na hipertensão o ‘contágio’ é através dos comportamentos”. Luís Bronze defende a importância da diminuição do consumo de sal, a manutenção de dietas saudáveis, atividade física e a adesão à terapêutica.
O número de casos suspeitos de hepatite atípica aguda em crianças tem vido a aumentar ainda que de forma pouco expressiva. Em Portugal, já foram notificados oito casos, mais quarto em relação à semana passada. Questionado sobre a evolução da doença a nível nacional, o coordenador da Comissão Nacional de Hepatites Virais, Rui Tato Marinho, admite que com o aumento de casos “poder-se-ia pensar que iria existir um cenário parecido com o da Covid-19”, mas recusa o cenário de uma situação preocupante. O especialista considera que estamos perante uma “doença rara”.
O cancro do ovário é a patologia ginecológica mais mortal apesar de não ser a mais comum. Segundo a médica oncologista do Hospital Lusíadas Lisboa “as mulheres não estão tão despertas para a sintomatologia” do cancro do ovário quando comparado com o da mama. Neste sentido, a especialista alerta que os sinais da doença surgem quando a já está em fase avançada.
De acordo com a coordenadora do grupo de interesse sobre asma da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, “esta falta de perceção ocorre a nível dos doentes, mas também a nível da própria classe médica”. A especialista alerta que a asma é uma doença com forte impacto na qualidade de vida, defendo o acompanhamento multidisciplinar dos doentes mais graves. Estima-se que quatro em cada dez doentes sejam internados todos os anos devido a uma crise respiratória.
Na saúde, a educação ao nível da idade escolar é muito importante porque é muito importante explicar aos miúdos conceitos básicos de alimentação, exercício, e também não estigmatizar e dar-lhes ferramentas para conseguirem lidar com a doença que cada vez mais existe em idades precoces.
Ao contrário do que está a ser dito por alguns especialistas, o médico pediatra do Hospital Lusíadas Lisboa diz que ainda “não se pode falar em surto”. Para Fernando Chaves, “mais importante do que o número de casos” de crianças com hepatite aguda de etiologia desconhecida, “o que temos de ter em conta é a gravidade”. O especialista critica o alarmismo e o “pânico” que está a ser criado e frisa que “qualquer clínico que receba uma criança com quadro de disfunção hepática vai estar muito atento”.
Um novo estudo alemão mostra que os medicamentos de associação fixa continuam a ser pouco prescritos para o tratamento da hipertensão. De acordo com o atual presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão estes dados podem ser explicados por várias razões, das quais se destacam o potencial desconhecimento das guidelines europeias para o tratamento da HTA e, nalguns casos, por motivos culturais. Luís Bronze destaca que estes fármacos permitem um melhor controlo da doença, especialmente promovendo a adesão à terapêutica. Em Portugal, estima-se que 40% da população adulta sofra de hipertensão arterial.
No 29.º Congresso de Pneumologia do Norte, que decorreu entre 24 e 26 de março, Ricardo Lima – pneumologista responsável pela consulta de asma do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho – abordou “Os desafios no tratamento da Asma – da Eficácia à Efetividade”. Em entrevista exclusiva ao HealthNews, o médico expôs esses desafios e disse que novas terapêuticas biológicas “ajudarão a mudar o panorama dos doentes com asma grave”.
Aos olhos do Presidente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar (USF-AN), “aquilo que os cuidados de saúde primários precisam neste momento é mais autonomia” para responder aos atuais desafios. A propósito do Encontro da Primavera, que decorreu esta sexta-feira, em Leiria, André Biscaia sublinhou o papel das USF, apontando que “se transformássemos o país todo em USF de modelo B conseguíamos dar resposta a mais doentes”.
No I Encontro Nacional de Centros de Formação do Serviço Nacional de Saúde, que decorre amanhã (22 de abril) no IPO do Porto, será apresentada a Associação Portuguesa de Centros de Formação do SNS e serão debatidos temas estruturantes para os fundadores. Passados dois anos de encontros virtuais, os sócios fundadores (22 instituições de saúde) vão reunir-se presencialmente pela primeira vez. Em entrevista exclusiva ao HealthNews, o presidente da APCEF-SNS, Jorge Oliveira, contou como tudo começou.
Diretora do S. Medicina Interna do H. Garcia de Orta, presidente do II Congresso Nacional de Hospitalização Domiciliária (HD), Francisca Delerue fala da importância da HD para o doente e sistema de saúde. E antecipa os principais temas que vão estar em destaque no encontro, que se realizará em junho.
No rescaldo da Reunião Anual do Grupo de Estudo da Doença Inflamatória Intestinal (GEDII), que decorreu entre os dias 6 e 8 de abril, em Cascais, a Project Coordinator Sandra Dias, afirmou, em entrevista ao Healthnews, não ter dúvidas de que o evento voltou a superar todas as expectativas, tanto pela presença dos convidados e participantes, como pela qualidade dos conteúdos científicos apresentados.
De acordo com a presidente da Sociedade Portuguesa das Doenças do Movimento, Leonor Guedes, “não é necessário começar a terapêutica imediatamente após o diagnóstico”, defendendo que a terapêutica deve ser iniciada “lentamente e de forma personalizada”. No âmbito do Dia Mundial da Doença de Parkinson, que assinala hoje, a responsável admite que os doentes são cada vez mais exigentes. “O maior desafio que encontramos no tratamento dos doentes mais jovens é conseguirmos oferecer a qualidade de vida desejada.”
Foram apenas dez dias na Ucrânia, mas foi o tempo suficiente para Ana Teresa Afonso não conseguir apagar da memória o cenário de guerra provocado pela invasão russa. Foi no início do conflito que a enfermeira portuguesa viajou até ao país para prestar apoio a uma população vítima de conflitos políticos. Em entrevista ao nosso jornal a Senior Health Advisor da UK-Med conta com foi viver um dos momentos mais marcantes. “Só me conseguia questionar sobre ‘como será que estas mães explicaram aos seus filhos os motivos que os levaram a sair da sua casa?’.
É hoje que a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar (APDH) assinala o seu 20º aniversário. Em entrevista ao HealthNews, uma das fundadoras da associação destaca o contributo da APDH na promoção da inovação e dos cuidados de saúde. Após fazer o balanço destes vinte anos, Ana Escoval defende uma “transformação no nosso Serviço Nacional de Saúde”. “É importante que seja criada uma ação de governo que ultrapasse esta fragmentação que existe”, afirma.
Na reunião principal saliento a discussão da problemática do crescimento das doenças, as particularidades das doenças em grupos especiais de doentes como os oncológicos, a problemática da infeção associada às doenças e às terapêuticas imunossupressoras, o diagnóstico de doenças contundentes e, sempre muito importante, as diferentes estratégias de tratamento
A desvalorização dos sintomas da endometriose pode explicar o facto de ser uma doença subdiagnosticada. No âmbito do Mês de Sensibilização para a Endometriose, a ginecologista-obstetra do Hospital da Luz, Filipa Osório, lamenta que a dor na menstruação seja encarada como “algo normal” pelas mulheres. “É importante transmitir a mensagem de que uma dor incapacitante e que interfere na qualidade de vida” deve ser investigada. Estima-se que a endometriose afete uma em cada dez mulheres, podendo causar infertilidade.
Com a profissão a ganhar cada vez mais reconhecimento e notoriedade a nível internacional, um grupo de medical writers portugueses decidiu juntar-se e dar origem à Associação Portuguesa de Medical Writers. Em entrevista ao HealthNews, a dirigente da associação destacou o contributo destes profissionais na divulgação de informação científica. Segundo Maria João Almeida, os principais objetivos da APMW passam por “apoiar e dar alguma formação a futuros medical writers”.
“Esta molécula tem um mecanismo de ação muito singular, o que lhe confere um impacto metabólico muito menos significativo, principalmente nos fatores de coagulação, na mama e no meio ambiente.”
A pandemia está a cobrar um preço adicional no que diz respeito ao cancro do pulmão. Especialmente durante o confinamento de 2020, grande parte da atenção dos cuidados de saúde primários esteve direcionada para os doentes Covid e, por outro lado, as pessoas evitaram o contacto com os serviços de saúde devido ao medo de contágio.
A pandemia está a cobrar um preço adicional no que diz respeito ao cancro do pulmão. Especialmente durante o confinamento de 2020, grande parte da atenção dos cuidados de saúde primários esteve direcionada para os doentes Covid e, por outro lado, as pessoas evitaram o contacto com os serviços de saúde devido ao medo de contágio. Marta Soares, diretora clínica do IPO do Porto, assinala que embora a situação tenda a normalizar-se, os doentes com cancro do pulmão estão a chegar aos hospitais em estadios mais avançados e alerta para a necessidade de uma vigilância apertada dos fumadores.
A Esclerose Múltipla é uma doença auto-imune que afeta principalmente jovens adultos. Trata-se de uma patologia progressiva e incapacitante para a qual o desenvolvimento de terapêuticas inovadoras é essencial. Em entrevista ao HealthNews, o Diretor Médico da Novartis destacou a recente aprovação de financiamento do Kesimpta (ofatumumab) por parte do Infarmed. Segundo Óscar Ribeiro este medicamento traduz-se numa “arma determinante para alterar a evolução destes doentes”.
Coordenador do Núcleo de Estudos de Formação em Medicina Interna (NEForMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) antecipa principais linhas que vão marcar o encontro formativo.
A vasta experiência adquirida no tratamento de doentes com hipertensão arterial permite ao Dr. Carlos Catarino afirmar a sua confiança no uso do azilsartan no controlo da doença.
Segundo o especialista “o cenário de uma sexta vaga tem de ser contemplado”. Em entrevista ao nosso jornal, Filipe Froes deixa críticas à forma como está a ser encarada a pandemia, lamentando a menor vigilância e os atrasos na partilha de informação dos relatórios semanais. Questionado sobre o impacto que a baixa taxa de vacinação dos cidadão ucranianos pode ter a nível nacional, o infeciologista admite que esse é “mais um sinal” que justifica “mantermos a vigilância e a monitorização”. Caso não seja feita essa “avaliação”, podermos assistir a “um ressurgimento de nova atividade pandémica”.
“Se pensarmos sobre a criança hospitalizada, a partir do momento em que entra no hospital, perde direitos. Perde a escola, perde os amigos, perde a força, perde a vitalidade para brincar. Ela está ali a perder e deixa de poder comandar a vida. Eu acho que o que o Doutor Palhaço dá é esse empoderamento à criança.”