Maternidades de Coimbra adotam novas regras de acesso de acompanhantes

12 de Junho 2020

As duas maternidades de Coimbra vão adotar na próxima semana novas regras no acesso de acompanhantes das utentes, ao abrigo das últimas recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS) no contexto da pandemia da covid-19.

“Prevê-se uma decisão no início da próxima semana”, devendo começar então a ser aplicada a orientação atualizada da DGS sobre gravidez e parto, divulgada no dia 05, disse hoje à agência Lusa uma fonte do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que tutela as maternidades Daniel de Matos e Bissaya Barreto.

Segundo o Gabinete de Comunicação, Informação e Relações Públicas do CHUC, de momento, os responsáveis da área “estão a preparar um documento” com as regras que irão vigorar em cada uma das instituições.

“Estão a estabelecer as condições (…) que permitam a aplicação das recomendações, assim como as eventuais limitações” ao acesso dos acompanhantes às maternidades de Coimbra, acrescentou.

O CHUC reagiu, assim, a críticas do “Nascer em Tempos de Pandemia”, um grupo informal de cidadãos que questiona o facto de as duas unidades de saúde manterem ainda “todas as restrições até agora impostas, mesmo após a emissão de tal orientação por parte da DGS”.

De acordo com as novas recomendações, “em caso de impossibilidade do direito a acompanhante, deverá a unidade hospitalar justificar à grávida o porquê da adoção de medidas excecionais”, salienta o grupo numa nota emitida na quinta-feira.

“Até ao momento, não há qualquer tipo de informação às grávidas, sendo os próprios profissionais a referir não ter ainda indicações por parte do conselho de administração do CHUC sobre como proceder”, lamenta.

O “Nascer em Tempos de Pandemia” afirma que “a incerteza criada por esta unidade de saúde é contraproducente no que se refere a uma gravidez tranquila e pode levar, futuramente, a muitas complicações para grávida e bebé no parto e pós-parto”.

“Caso não seja possível a presença do pai ou outro acompanhante no parto e puerpério, a grávida tem o direito de escolher outra unidade de saúde para ter o seu bebé”, realça.

No entanto, esta opção “é em muitos casos difícil”, devido às distâncias que as grávidas teriam de percorrer, as quais são “discriminadas sem critérios ou justificações plausíveis”, critica ainda o grupo.

LUSA/HN

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