Segundo o Ministério brasileiro da Saúde, 322 das 552 mortes ocorreram nos últimos três dias, mas foram incluídas nos dados de hoje.
No total, o país sul-americano concentra 57.622 óbitos e 1.344.143 casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia, registada oficialmente no Brasil em 26 de fevereiro.
A letalidade da doença no Brasil, segundo país do mundo com mais mortos e infetados, mantém-se hoje nos 4,3%, momento em que 733.848 pacientes infetados já recuperaram da covid-19 e 552.673 doentes continuam sob acompanhamento.
O foco da pandemia continua a ser o estado de São Paulo, que totaliza hoje 271.737 pessoas diagnosticadas com a covid-19 e 14.338 óbitos, seguindo-se o Rio de Janeiro, que concentra 111.298 casos de infeção e 9.819 vítimas mortais.
Ambos os estados estão localizados no sudeste brasileiro, a região mais afetada pela pandemia, com 469.459 casos confirmados e 26.624 mortes.
O Brasil tem agora uma incidência de 27,4 mortes e 639,6 casos da doença por cada 100 mil habitantes, num país com uma população estimada de 210 milhões de pessoas.
Já um consórcio formado pela imprensa brasileira, que decidiu colaborar na recolha de informações junto das secretarias de Saúde estaduais, anunciou que o país registou 555 mortes e 29.313 novos infetados pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas.
No total, o consórcio formado pelos principais media do Brasil indicou que o país totaliza 1.345.254 casos e 57.658 vítimas mortais desde o início da pandemia, números superiores aos avançados pelo executivo.
Face às mais de 55 mil mortes no Brasil, mil cruzes foram hoje cravadas em frente ao Congresso brasileiro, como parte de uma manifestação simbólica, recordando os milhares de óbitos devido à covid-19 no país e o “negacionismo” do Presidente, Jair Bolsonaro.
Durante três horas, as cruzes “decoraram” os amplos jardins em frente à sede do Congresso e que constitui parte da Esplanada dos Ministérios, a ampla avenida em Brasília onde estão localizados os principais edifícios públicos do país, incluindo o da presidência.
O ato batizado de “Stop Bolsonaro” foi organizado por um movimento de esquerda que se identificou como “Resistência e Ação” e que, desta forma, quis recordar as milhares de vítimas do novo coronavírus no Brasil.
“Mais de 50 mil mortes. Bolsonaro pare de negar”, lia-se, em grandes letras, no única inscrição que acompanhava as cruzes cravadas no centro do poder no Brasil.
O líder de extrema-direita é um dos governantes mundiais mais céticos em relação à gravidade da pandemia, chegando a chamar a covid-19 de “gripezinha”, defendendo a imediata normalização de todas as atividades e o fim das medidas de distanciamento social impostas pelos governadores e municípios para enfrentar o novo coronavírus.
Ainda contra a gestão de Bolsonaro durante a pandemia, dezenas de cidades em todo o mundo aderiram ao “Ato Mundial Stop Bolsonaro”, convocado por movimentos sociais e políticos, em cerca de 60 cidades de 24 países, segundo a organização.
A Europa, com a adesão de 14 países foi o continente de maior mobilização.
Em Lisboa, várias dezenas de pessoas protestaram contra o chefe de Estado brasileiro.
Na Praça do Rossio, um grande pano preto com a mensagem “Fora Bolsonaro” dava o mote para os discursos unanimemente críticos do chefe de Estado brasileiro, por entre alguma música que convidava a uns passos de dança de manifestantes menos tímidos e cânticos de protesto: “Doutor, eu não me engano/O Bolsonaro é miliciano”.
“Portugal, pelos laços que tem com o Brasil, mostra-se solidário. Temos aqui vários coletivos portugueses e partidos que estão preocupados. Achamos que é [uma presença] importante não só por causa da língua, mas também porque esta voz que ecoa aqui, ecoa também na Europa”, afirmou Raphael Reis, membro da delegação lisboeta do Partido dos Trabalhadores (PT).
Entre os movimentos que organizaram a manifestação internacional estão o Coletivo Estrela da Democracia, a Frente Internacional de Brasileiros contra o Golpe (Fibra), e o grupo Mulheres Unidas Contra o Bolsonaro.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 500 mil mortos e infetou quase 10,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
NR/HN/Lusa
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