A Câmara de Valpaços e a Junta de Freguesia de Carrazedo de Montenegro e Curros explicaram, em comunicado, que foi decidido não se realizar este ano a feira da castanha “por não se encontrarem reunidas as condições de segurança recomendadas pela Direção-Geral da Saúde”.
“Reiteramos que a prioridade é a proteção da saúde pública, pelo que se agradece a compreensão e apela-se a todos os cidadãos que adotem comportamentos responsáveis e sigam as recomendações sobejamente reconhecidas das autoridades de saúde”, referiram ainda.
Segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Unidade de Saúde Pública do Alto Tâmega, o concelho de Valpaços regista seis casos ativos de Covid-19.
Lino Sampaio, da associação Agrifuturo, com sede em Carrazedo de Montenegro, disse à agência Lusa que a feira é importante para o escoamento do fruto e para a notoriedade que dá à região e à marca da castanha judia.
“Este ano não vamos ter isso. Estamos a tentar criar alternativas para minimizar isso”, referiu.
Neste momento, alguns produtores estão já a apanhar castanhas das variedades híbridas. Dentro de alguns dias arranca a fase mais importante com a apanha da principal variedade da região, a judia.
É na serra da Padrela, em Valpaços, que se situa a maior mancha de castanha judia da Europa.
Segundo informações disponibilizadas na página da Internet do município, são cerca de 3.700 hectares de soutos, divididos por quase 2.000 produtores nas 18 localidades do concelho, que fazem parte da Denominação de Origem Protegida (DOP) “Castanha da Padrela”.
A produção média anual de castanha neste território ronda as 12 a 13 mil toneladas. Lino Sampaio disse que se perspetiva uma “boa campanha este ano” na região.
“Nestas variedades híbridas temos tamanho e temos castanhas. Estávamos muito preocupados com o que estaria dentro do ouriço. Estamos com uma qualidade muito interessante”, afirmou o responsável pela organização representativa deste setor.
Uma preocupação dos produtores é, acrescentou, a “situação do escoamento”, da venda do fruto, temendo-se uma diminuição do consumo, nomeadamente nos assadores de rua.
“A nossa expectativa é que as pessoas consumam mais em casa, mas não sabemos no que isto vai dar”, frisou.
Lino Sampaio apontou que nesta campanha se vai notar já uma quebra de produção “motivado pelo ataque” da vespa das galhas do castanheiro.
“Vamos ter sítios com menos 10 a 20% de fruto. Há algumas zonas em que vai, garantidamente, haver perda de produção”, referiu.
Portugal contabiliza pelo menos 1.977 mortos associados à covid-19 em 76.396 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
LUSA/HN
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