No primeiro debate setorial após a revisão do regimento da Assembleia da República, o vice-presidente da bancada do PSD Afonso Oliveira acusou o Governo de, depois de uma resposta positiva “nos dois ou três primeiros meses” da pandemia de Covid-19, “nada ter feito nos sete meses seguintes” para ajudar a preparar a segunda vaga.
“O Governo anunciou ontem [quinta-feira] uma série de propostas que fazem sentido, mais vale tarde do que nunca. Mas parece que a pandemia começou ontem”, criticou, avisando que para muitas empresas os apoios anunciados “podem já não valer a pena”.
Afonso Oliveira acusou ainda a tutela da Economia de ter estado “ausente” do recente debate do Orçamento do Estado para 2021.
“O Governo chegou tarde? Está aqui desde o início, sempre disse que haveria várias fases de resposta à pandemia e que não esgotaríamos a resposta num primeiro momento”, respondeu Siza Vieira.
O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital salientou que, quando encerrou o debate orçamental, já explicou que o apoio às empresas não viria apenas do Orçamento, mas de respostas europeias.
Ainda pelo PSD, O deputado Cristóvão Norte acusou o Governo de “dia sim dia não” bombardear os portugueses com medidas de apoio à economia, questionando porque é que, ainda assim, Portugal é dos países “que menos apoia as empresas e a economia”.
Cristóvão Norte acusou também o executivo de, para lá de apoiar menos, criar “grandes dificuldades no acesso a esses apoios”, falando de “um processo quase kafkiano”.
“Os empresários podem ter a certeza que os apoios anunciados vão responder a tempo e não vão encontrar letras minúsculas para excluir pessoas e defraudar as suas expectativas?”, questionou.
Na resposta, Siza Vieira disse não perceber se a crítica do PSD era a de que “o Governo não fez nada” ou “se anuncia medidas dia sim dia sim”.
Em relação ao alargamento dos apoios anunciados quinta-feira, Siza Vieira explicou que tal apenas foi possível devido a uma reprogramação “em tempo recorde” dos fundos comunitários.
“Dá trabalho, senhor deputado”, afirmou.
O PSD ainda questionou o ministro Siza Vieira sobre a injeção pública de 3,2 mil milhões de euros prevista para a TAP, mas o ministro da Economia escusou-se a responder sobre o futuro da companhia aérea.
LUSA/HN
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