A Agência Europeia dos Medicamentos (EMA, na sigla em Inglês) anunciou em 12 de janeiro que tinha recebido um pedido de autorização para a vacina AstraZeneca/Oxford contra o novo coronavirus.
Na altura, também avançou que poderia divulgar a sua decisão em 29 de janeiro.
“Se bem que não haja prazo previsto para o início dos envios da nossa vacina, se recebermos a aprovação da Europa, os volumes iniciais serão inferiores às previsões iniciais devido a uma baixa de rendimento em um dos locais de produção da nossa cadeia de aprovisionamento europeia”, indicou uma porta-voz da AstraZeneca à AFP.
Inicialmente, a Comissão Europeia tinha reservado até 400 milhões de doses desta vacina.
“Vamos fornecer dezenas de milhões de doses em fevereiro e março à União Europeia e vamos continuar a aumentar os volumes de produção”, acrescentou a porta-voz, sem detalhar quantidades.
Os representantes da AstraZeneca “anunciaram atrasos na entrega das vacinas em relação às previsões para o primeiro trimestre deste ano”, declarou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, na rede social Twitter.
“A Comissão Europeia e os Estados membros exprimiram o seu profundo descontentamento a este respeito. Tínhamos insistido em um calendário de entrega preciso na base do qual os Estados membros deveriam planificar os seus programas de vacinação, sob reserva de concessão de autorização de lançamento no mercado”, acrescentou.
A União Europeia e a EMA estão sob pressão para acelerar a aprovação de novas vacinas contra o novo coronavirus.
A vacina AstraZeneca/Oxford tem a vantagem de ser mais barata a produzir do que as outras. É também mais fácil de armazenar e transportar, em particular quando comparada com a da Pfizer/BioNTech, que deve ser conservada a temperaturas muito baixas (70 graus negativos).
Esta é uma vacina “de vetor viral” que tem como suporte um outro vírus (um adenovírus de chimpanzé) transformado e adaptado para combater o novo coronavirus.
Apesar de não ter sido feita qualquer ligação pública com a “baixa de rendimento” hoje mencionada, na quinta-feira, um incêndio deflagrou no Serum Institute da Índia, o maior fabricante de vacinas no mundo, segundo os media locais, que adiantaram que a produção de vacinas contra a covid-19 não foi afetada.
Cadeias de televisão indianas mostraram uma enorme nuvem de fumo cinzento sobre o local do Serum Institute, em Pune (oeste), onde se produzem milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus Covishield, desenvolvida pela AstraZeneca e Universidade de Oxford.
No entanto, segundo as mesmas fontes, o incêndio deflagrou num local em construção longe das instalações de produção das vacinas.
“A instalação de produção de vacinas não foi afetada e isto não vai afetar a produção”, disse então à agência France Presse uma fonte do Serum Institute, precisando que “o fogo deflagrou numa nova fábrica em construção”.
LUSA/HN
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