“Número significativo” de falhas da vacina Janssen detetado em França

14 de Setembro 2021

Um “número significativo” de casos de falha da vacina contra a covid-19 da Janssen, que funciona com uma dose única, foi detetado em França, indicou na segunda-feira a Agência do Medicamento (ANSM).

“Um número significativo de casos de falha da vacina Janssen foi relatado, incluindo formas graves (morte, reanimação), bem como uma presença acima do normal de doentes vacinados com a Janssen nos cuidados intensivos de dois CHU (Centros Hospitalares Universitários)”, em Marselha (sul) e Tours (oeste), observa a ANSM no seu relatório periódico de supervisão das vacinas.

Desde abril, foram dadas em França cerca de um milhão de injeções desta vacina comercializada pelo laboratório norte-americano Johnson & Johnson (J&J), a única a ser administrada com uma só dose.

Entre as pessoas vacinadas com a Janssen, foram assinalados 32 casos de infeção com covid-19, o que corresponde a uma incidência de 3,78 casos em cada 100.000 pessoas.

Desses 32 casos, 29 eram graves e registaram-se quatro mortes (de pessoas com idades entre 73 e 87 anos).

Esses doentes gravemente atingidos pela doença apresentavam “na maioria, formas graves de comorbidades de risco”, segundo a ANSM.

Nos 17 casos de infeção em que a variante do coronavírus SARS-CoV-2 foi identificada, tratou-se, em todos eles, da variante Delta.

Além disso, dois hospitais relataram um número anormalmente elevado de doentes vacinados com a Janssen entre as pessoas internadas nos cuidados intensivos, face ao total de pacientes vacinados admitidos nessas unidades.

Em Marselha, em sete doentes vacinados e admitidos nos cuidados intensivos, quatro tinham levado a Janssen. Em Tours, a proporção era de três em seis.

Todos estes elementos justificam “investigações adicionais” para verificar se as falhas são maiores com a Janssen do que com as outras vacinas disponíveis em França.

A 24 agosto, a Alta Autoridade da Saúde (HAS) recomendou que as pessoas vacinadas com a Janssen recebam uma dose de reforço com uma vacina que utilize o método RNA mensageiro (Pfizer ou Moderna) a partir das quatro semanas após a sua vacinação.

Vários estudos efetuados na vida real mostraram que a primeira dose das vacinas Pfizer e AstraZeneca protegia de forma insuficiente contra a variante Delta do coronavírus.

Não há dados disponíveis sobre este ponto quanto à vacina Janssen, mas a HAS considera provável que seja também esse o caso.

LUSA/HN

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