Parlamento moçambicano defende respostas baseadas na comunidade contra VIH/sida

23 de Março 2022

O gabinete parlamentar de prevenção e combate ao VIH/sida de Moçambique defendeu hoje respostas baseadas na comunidade, no combate à pandemia, assinalando que o país tem uma das cinco maiores taxas de prevalência no mundo.

A proposta está nas recomendações que o gabinete apresentou na reunião plenária da Assembleia da República (AR), na sequência de visitas pelo país e avaliação da estratégia de luta contra a sida.

“Há a necessidade de as respostas ao VIH/sida serem baseadas na comunidade, fortalecendo os meios de implementação de um pacote básico de serviços multissetoriais para atender às necessidades sociais, físicas, educacionais e emocionais das crianças e famílias”, refere o documento apresentado aos deputados.

O papel dos pais e cuidadores deve ser abordado em todos os programas de prevenção e intervenção precoce.

O gabinete recomendou igualmente a criação de espaços seguros para famílias ou indivíduos que vivenciam ou estão em risco de violência baseada no género, incluindo vínculos com serviços de apoio social apropriados.

Por outro lado, prossegue o texto, devem ser incentivados o envolvimento da comunidade, o diálogo e o apoio direto às camadas alvo da estratégia de combate ao VIH/sida.

O gabinete parlamentar defende ainda a realização de avaliações de risco visando garantir a deteção precoce e tratamento da doença.

O país tem de trabalhar na redução da vulnerabilidade de crianças e famílias à infeção por VIH/sida, com atenção especial para meninas, adolescentes e mulheres jovens.

As crianças, famílias e cuidadores em risco devem ser encaminhados para exames de HIV e serviços de apoio psicossocial

O gabinete parlamentar de pevenção e combate ao VIH/sida assinalou igualmente o imperativo de criação de sistemas sociais fortes e duráveis para trabalhadoras do sexo e outras populações-chave e vulneráveis, bem como o aumento de competências e capacidades do governo, sociedade civil e provedores de serviços de qualidade.

O setor privado deve ser envolvido no combate à pandemia, através da implementação de programas e políticas de resposta ao HIV/sida, no local de trabalho.

O último Inquérito de Indicadores de Imunização, Malária e HIV/Sida em Moçambique (Imasida), realizado em 2015, aponta o país como um dos cinco com elevada taxa de infeção pela pandemia no mundo, com 13,2% de jovens e adultos entre os 15-49 anos contaminados.

LUSA/HN

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