FMI sugere subir temporariamente os impostos a empresas com lucros “excessivos”

19 de Abril 2022

O FMI está empenhado em continuar a ajudar as empresas afetadas pela pandemia, mas que são viáveis no futuro, e para aliviar parte do esforço público sugere aumentar temporariamente os impostos sobre as empresas que têm lucros "excessivos".

Num dos documentos apresentados hoje, durante o primeiro dia das Reuniões de Primavera e relacionado com o endividamento e os desafios do setor privado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) também recomenda que os governos “calibrem o ritmo da sua consolidação orçamental”.

A instituição liderada por Kristalina Georgieva considera que as economias com maior recuperação podem começar a reduzir a ajuda “mais rápido”, mas alerta para problemas de longo prazo nos casos em que essas condições ainda não estão reunidas.

No relatório, o FMI sugere formas através das quais os governos podem ajudar as empresas afetadas pela pandemia, considerando que os apoios devem limitar-se a circunstâncias em que tenham existido “falhas de mercado”.

No entanto, alerta também para que nos setores mais atingidos pela pandemia é melhor encorajar a reestruturação ou a reconversão.

Depois de reconhecer que é complexo decidir quais os negócios a ajudar, sugere que os governos para “reduzir o ónus” dos auxílios públicos estudem a possibilidade de aumentar temporariamente os impostos sobre as empresas que têm lucros “excessivos”.

“Isso ajudaria a recuperar algumas das transferências” que foram dadas a empresas que “não precisavam delas”, acrescenta o documento.

O relatório recorda ainda que o impacto da pandemia na situação financeira das famílias e empresas tem sido desigual a nível global e também depende muito da composição económica por setor de cada país.

O mercado de trabalho no turismo e na hotelaria ainda não recuperou dois anos após a pandemia, enquanto, por outro lado, os setores da logística e construção viram as condições de trabalho melhorarem, especialmente os salários.

A guerra na Ucrânia também afetou em maior medida as cadeias de abastecimento e os preços da energia e dos alimentos, cujo aumento dos preços também afetará a capacidade das famílias.

LUSA/HN

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