“Os últimos dois anos foram complicados, tivemos um número de aquistas mais reduzido, face ao incremento que já vínhamos conquistando. Se este ano duplicarmos o número de aquistas, já é muito bom”, considerou.
Em declarações à agência Lusa, a autarca informou que em 2021 contabilizaram 65 utentes, “apesar de este número poder estar incompleto, tendo em conta que faleceu o diretor clínico” das Termas de Vale da Mó.
“Em 2019 tivemos 100 aquistas. Até então, verificava-se uma tendência para o aumento do número de aquistas, mas com a pandemia houve um retrocesso”, lamentou.
As Termas de Vale da Mó, localizadas a cerca de seis quilómetros da cidade de Anadia, têm “na água férrea o seu grande tesouro”.
Nesta estância termal, que reabre hoje por um período de cinco meses, o único tratamento disponível passa pela ingestão diária de água para curar doenças do sangue, entre as quais anemias doenças gastro-hepáticas, anorexias e convalescenças.
Este tratamento só pode ser feito mediante prescrição médica, por um período de 14 ou 21 dias, com cinco tomas diárias.
De acordo com Teresa Cardoso, as Termas de Vale da Mó são ainda uma infraestrutura pequena, que gostaria de ver crescer.
“O nosso sonho era conseguir ampliar as Termas de Vale da Mó e fazer uma verdadeira aldeia das Termas de Vale da mó, com a ampliação da infraestrutura”, revelou.
A cumprir o seu terceiro mandato neste município do distrito de Aveiro, a autarca aludiu a um estudo do hidrogenoma da água mineral medicinal, pedido em 2018, e que veio revelar que esta água pode servir para realizar outros tratamentos.
“O estudo, realizado pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, em parceria com a Universidade da Beira Interior, confirmou o que empiricamente tínhamos conhecimento: do uso da água no campo dermatológico”.
“Como estas são termas de ingestão de água, não precisam de grande infraestrutura, mas, para outro tipo de tratamentos, logicamente já teríamos de ter balneários adequados e parte laboratorial. Tenho este sonho há alguns anos, mas infelizmente não conseguimos comparticipação, nem dos fundos comunitários, pois o PROVERE neste momento não tem dotação para fazer face a este tipo de investimentos”, lamentou.
A presidente da Câmara Municipal de Anadia aproveitou ainda para destacar a importância do Serviço Nacional de Saúde e dos médicos em geral apostarem mais nestes tratamentos naturais.
“Havia ganhos para as pessoas que fazem estes tratamentos naturais e para a economia local naturalmente, pois traz dinâmica a muitos setores. Mas, mais rapidamente recomendam os fármacos do que este tipo de tratamento natural”, sustentou.
Por isso, defendeu a necessidade de serem criadas políticas que incentivem as pessoas a fazer a cura neste tipo de estâncias.
“Demora mais tempo do que os fármacos, mas é preciso haver uma aposta diferente neste tipo de tratamentos. O espaço onde as termas se situam convida ao relaxamento e ao convívio com a natureza, ideal para a cura e repouso, em quadros de depressão nervosa e fadiga, tão comuns nos nossos dias”, concluiu.
A água mineral das Termas de Vale da Mó “nasce bacteriologicamente pura, sem cheiro e de sabor ligeiramente férreo”.
“Trata-se de uma água hipotermal e fracamente mineralizada, moderadamente doce, mas de reação ácida. Tem uma elevada estabilidade, do ponto de vista iónico, sendo uma água bicarbonatada magnesiana ferruginosa”, descreve o Município de Anadia, que adquiriu as Termas de Vale da Mó em 2001 e, após obras de requalificação, reabriu-as em 2003.
LUSA/HN
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