António Costa falava no final da 34.ª Cimeira Luso Espanhola, em Lanzarote, no arquipélago das Canárias, tendo ao seu lado o líder do executivo de Espanha, Pedro Sánchez, que também negou a ideia de cansaço e que considerou que o primeiro-ministro de Portugal “está em muito boa forma”.
Na quinta-feira passada, em entrevista à RTP e ao Público, o Presidente da República considerou que o PS está a governar com uma “maioria requentada” e “cansada” e que teve “um ano praticamente perdido”, mas que na oposição à direita não existe ainda “alternativa política”.
António Costa começou por frisar que, em 30 de janeiro de 2022, “os portugueses escolheram para prosseguir a governação” socialista até 2026.
“Tendo em conta que não havia uma maioria desde 2009, uma maioria em 2022 não é seguramente requentada”, sustentou.
Mas o líder do executivo foi mais longe na sua resposta sobre se o seu Governo está cansado. “Não vejo porquê. A generalidade dos ministros são novos, não eram ministros anteriormente. Portanto, era o que faltava estarem cansados – e basta vê-los para verem que estão plenos de energia para governar neste percurso que temos até 2026”, declarou.
O primeiro-ministro deixou outra farpa, acentuando que “nunca comenta questões de política externa no exterior” e que mesmo em Portugal não lhe compete “fazer comentário político”.
“Sou primeiro-ministro. Compete-me governar, identificar problemas e trabalhar para encontrar soluções para os problemas. Foi assim que fiz quando o sistema financeiro estava num caos, perante o procedimento por défice excessivo e foi assim que fez para que se pudesse vencer a pandemia [da covid-19] e é assim que estou a fazer para enfrentar esta situação inesperada, gravíssima, por uma guerra desencadeada pela Rússia contra a Ucrânia”, apontou.
Desta forma, António Costa procurou também frisar a ideia referente à conjuntura em que assumiu funções de primeiro-ministro desde novembro de 2016, enfrentado “desafios como a crise financeira, o procedimento por défice excessivo [da União Europeia contra Portugal], a pandemia da covid-19, a guerra e a inflação.
“Não são o cenário de sonho para governar, mas as pessoas não governam nos cenários que escolhem. São escolhidas para governar perante os cenários que existem”, acrescentou.
LUSA/HN
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