FNAM exige regresso às negociações para “fazer o que não foi feito”

12 de Março 2024

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) exige ao próximo Governo o regresso à mesa de negociações para “fazer o que não foi feito”, ou seja, alcançar um bom acordo para os médicos, defendeu a presidente da estrutura sindical.

“A exigência da FNAM, independentemente de como ficar formado o Governo, de quem for o ministro ou ministra da Saúde, é exigir voltarmos à mesa das negociações e fazer o que não foi feito, porque não foi conseguido nenhum bom acordo para os médicos em 2023”, disse à Lusa Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, em reação aos resultados das eleições legislativas de domingo.

Para a dirigente sindical, mais do que o aumento salarial “totalmente insuficiente”, alcançado no final do ano passado e que entrou em vigor no início do ano, os médicos querem negociar melhores condições de trabalho e garantir a reposição de direitos.

Em causa estão a garantia de 35 horas de trabalho semanais, turnos de urgência de 12 horas e não as atuais 18 horas, rever as condições de dedicação plena dos médicos, retirando da lei “matérias inconstitucionais” e a inclusão na carreira dos médicos internos, que “são um terço da força de trabalho no Serviço Nacional de Saúde (SNS), sendo 10 mil dos 31 mil médicos no SNS” são matérias que a FNAM quer voltar a ver em cima da mesa negocial.

Quer também discutir a necessidade de suprir “uma falta desgraçada” de clínicos no SNS, que “continuam a sair do SNS todos os dias”, com consequências na garantia de médico de família, acesso a consultas e tempos de espera em urgências e cirurgias.

E defende que medidas como o concurso para contratar 900 médicos aposentados, “não vão resolver a situação”, sendo apenas “mais uma prova de como faltam médicos”.

“O aumento salarial foi totalmente insuficiente, mas acima de tudo, para a FNAM, não é só uma questão salarial, é também vermos repostas condições de trabalho que fomos perdendo ao longo dos anos”, disse Joana Bordalo e Sá.

A Aliança Democrática (AD), que junta PSD, CDS e PPM, com 29,49%, conseguiu 79 deputados na Assembleia da República, nas eleições legislativas de domingo, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 deputados eleitos (18,06%).

A IL, com oito lugares, o BE, com cinco, e o PAN, com um, mantiveram o número de deputados. O Livre passou de um para quatro eleitos enquanto a CDU perdeu dois lugares e ficou com quatro deputados.

Estão ainda por apurar os quatro deputados pela emigração, o que só acontece no dia 20 de março. Só depois dessa data, e de ouvir os partidos com representação parlamentar, o Presidente da República indigitará o novo primeiro-ministro.

LUSA/HN

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