António Gandra D’Almeida pede à população que dê sangue de forma mais regular.

17 de Outubro 2024

A reserva nacional de sangue está atualmente abaixo do habitual, razão pela qual o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Gandra D'Almeida, pediu hoje à população que dê sangue de forma mais regular.

“Isto não é um apelo a uma dádiva esporádica e pontual. É um pedido. Desejamos que as dádivas sejam regulares e que mantenham a consistência ao longo do ano”, sublinhou António Gandra D’Almeida, no Porto e após doar sangue ao lado de mais elementos da Direção Executiva do SNS.

O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) tem atualmente 8.000 unidades de sangue, quando habitualmente neste período a reserva nacional costuma rondar as 10.000.

Salvaguardando que esta “não é uma quebra alarmante”, o diretor executivo recordou que “todos os dias são precisas muitas unidades de sangue e derivados no SNS”.

“As reservas estão um bocadinho abaixo do número ideal. É importante doar de forma regular. Todos os dias tratamos e operamos muitos milhares de doentes no SNS e depois existem as emergências”, frisou.

Diariamente, os hospitais portugueses precisam de, aproximadamente, 1.100 unidades de sangue, para dar resposta às necessidades dos doentes.

Reiterando que “este é um apelo à dádiva regular” e não uma campanha pontual, o diretor-técnico do Centro de Sangue e da Transplantação do Porto, Jorge Condeço, apontou que “são precisos todos os tipos de sangue, mas, neste momento a diminuição do número de dias de reserva é maior nos grupos A e O”.

“A situação que temos atualmente reflete o peso do sucesso. O maior número de cirurgias, o maior número de terapêuticas oncológicas implica um maior gasto de componentes. Basta reservarmos componentes para termos menos unidades disponíveis. É mau termos 8.000, mas é excelente termos o SNS a funcionar de forma eficiente. A única maneira é pedir às pessoas para virem dar sangue de forma mais regular”, referiu.

Quanto ao porquê da diminuição da reserva, segundo Jorge Condesso, a pandemia introduziu novos paradigmas e rotinas também nesta área.

“Ainda há um mês registaram-se muitos casos covid e o impacto no SNS foi significativo”, disse.

Desde 2023 a pessoa que faz a dádiva de sangue tem toda a informação associada na ‘app’ SNS24 e na id.gov.pt, a aplicação oficial de acesso a documentos digitais emitidos pelo Estado Português, desenvolvida pela Agência para a Modernização Administrativa.

Podem ser dadores todas as pessoas com mais de 18 anos de idade (as pessoas candidatas com 17 anos podem fazê-lo mediante consentimento dos pais e/ou em caso de emancipação por casamento de acordo com o estabelecido na lei), com 50 quilos de peso e com estilos e hábitos de vida saudáveis.

Antes da dádiva de sangue, é realizada uma avaliação clínica por um profissional de saúde qualificado para avaliação individual do risco das circunstâncias clínicas identificadas.

Se não forem identificadas situações que possam pôr em causa a sua segurança, enquanto dador, e a segurança do recetor, enquanto doente, poderá dar sangue.

A nível nacional, as colheitas de sangue são realizadas pelo IPST, IP, responsável por cerca de 60%, sendo os restantes 40% colhidos pelos serviços hospitalares

LUSA/HN

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