“Deve haver, sobretudo, critérios de competência, de experiência, de formação na área, e também tem que se democratizar este processo de escolha destas administrações e destas lideranças, envolvendo os profissionais de saúde nessa escolha”, defendeu o deputado Paulo Muacho (na imagem).
Em declarações à agência Lusa, o coordenador do Grupo Parlamentar do Livre na Comissão de Saúde adiantou que o partido está a preparar um projeto que prevê que os profissionais de saúde da unidade em causa “também participam nesse processo de escolha” da nova liderança e “não sejam simplesmente personagens passivos”.
“É também importante que os profissionais de saúde de cada uma delas se revejam nas suas lideranças”, declarou.
Paulo Muacho indicou que o partido ainda está a “trabalhar nos detalhes” de como poderá ser feito esse envolvimento, mas explicou que o objetivo é garantir “que há condições de democraticidade nestas escolhas das administrações”, pois se “estes profissionais se revirem nestas lideranças”, elas poderão ser “mais resilientes, mais competentes, mais eficazes também na parte da liderança destes recursos humanos”.
O deputado do Livre disse que nos últimos meses tem existido “uma onda de demissões, muitas delas provocadas pelo próprio Ministério” da Saúde, e considerou que as novas administrações “não deviam ser comissários políticos do Governo, ou seja, o principal critério da escolha não deveria ser, no fundo, a filiação partidária, serem da área do PSD ou do CDS”.
“É importante que não se dê esta imagem de que o Governo está a forçar a demissão de administrações para substituir por pessoas ligadas ao PSD, muitas vezes sem terem a experiência e formação ou qualquer tipo de conhecimento da área da saúde, porque não é o caminho correto”, salientou, numa referência à notícia de hoje do Jornal de Notícias, que dá conta de que nos últimos meses foram nomeados, pelo menos, três presidentes de conselhos de administração de ULS sem experiência em gestão hospitalar.
O JN dá como exemplos um geógrafo sem qualquer ligação à Saúde, um académico com formação e trabalho na área mas que nunca geriu hospitais e um médico que também não teve funções de chefia ou gestão em hospitais.
Considerando que “há critérios técnicos de experiência, de competência, que devem estar acima de tudo”, o deputado do Livre defendeu que “é importante que o Governo, quando escolhe estas administrações, também garanta que as pessoas que escolhe têm a experiência adequada e têm a capacidade adequada para fazer esse trabalho”.
NR/HN/Lusa
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