Caso gémeas: PS diz que Secretaria de Estado sinalizou caso ao hospital mas consulta foi decisão clínica

13 de Março 2025

O PS considerou hoje que o caso das gémeas luso-brasileiras foi sinalizado ao hospital pela secretaria de Estado e a consulta aconteceu por decisão clínica, defendendo que há “testemunhos contraditórios” quanto ao envolvimento de Lacerda Sales.

O PS entregou propostas de alteração ao relatório preliminar elaborado pela deputada Cristina Rodrigues, do Chega, que foram apresentadas em conferência de imprensa na Assembleia da República.

“Concluímos que a secretaria de Estado da Saúde sinalizou estes dois casos clínicos à chefe do departamento de pediatria do Hospital Santa Maria. E a partir daqui, do nosso ponto de vista, tornou-se óbvio que resultam duas dimensões que importa separar, o pedido de marcação da consulta e uma outra dimensão que é a realização da consulta”, afirmou o coordenador do PS na comissão de inquérito.

Questionado sobre o envolvimento de António Lacerda Sales, que à data era secretário de Estado da Saúde, João Paulo Correia sustentou que “aquilo que ficou claro foi a sinalização do caso destas crianças ao Hospital Santa Maria através de um e-mail enviado pela sua secretária à chefe do departamento de pediatria” e, “quanto ao resto, há testemunhos contraditórios”.

“O testemunho do secretário de Estado da Saúde é contraditado pelo testemunho da secretária, mas não há nenhum documento que determine quem é que está a falar a verdade”, disse.

O socialista defendeu que, no que toca à realização da consulta, “ficou provado pela voz dos médicos e dos dirigentes hospitalares ouvidos” que “foi um ato 100% médico, um ato 100% clínico, decisão dos médicos”.

“A realização da consulta só foi feita, segundo os médicos, por decisão dos próprios médicos, que entenderam que havia todas as condições e razões clínicas para que a consulta fosse realizada”, acrescentou.

O deputado do PS, que esteve acompanhado dos outros deputados que integram a comissão de inquérito, disse que os socialistas tentaram “seguir uma linha muito factual e conclusiva, sem seguir perceções, suspeições e indícios”.

“E na parte factual, e ponto de parte os testemunhos contraditórios, porque se há testemunhos contraditórios não é possível tirar a conclusão de quem falou a verdade, o que é certo é que há um documento que é enviado pela Secretaria de Estado da Saúde ao Hospital Santa Maria, e por isso colocamos nas nossas conclusões que a Secretaria de Estado sinalizou o caso clínico das crianças no Hospital Santa Maria”, indicou.

NR/HN/Lusa

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

João Paulo Magalhães: É preciso investir na Prevenção, Organização e Valorização dos Médicos de Saúde Pública

João Paulo Magalhães, Vice-Presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, defende para o próximo Governo três prioridades essenciais para a Saúde Pública: reforço da promoção da saúde e prevenção da doença, modernização e clarificação da organização dos serviços de Saúde Pública, e valorização das condições de trabalho e carreira dos médicos de Saúde Pública

AICEP aprovou investimentos de 300 ME em quatro empresas

A Agência para o Comércio Externo de Portugal (AICEP) aprovou um pacote de investimento de mais de 300 milhões de euros, em quatro empresas, criando mais de 1.200 postos de trabalho, adiantou hoje o Governo.

Evoluir o SNS: Reflexão de Luís Filipe Pereira sobre o Futuro da Saúde em Portugal

Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde, analisa os desafios estruturais do SNS, destacando a ineficiência do Estado nas funções de prestador, financiador e empregador. Defende a transição para um Sistema de Saúde que integre prestadores públicos, privados e sociais, promovendo eficiência e liberdade de escolha para os utentes.

Doze medidas de Saúde para qualquer novo governo

O Professor António Correia de Campos, Catedrático Jubilado e antigo Ministro da Saúde, aponta doze medidas de Saúde para qualquer novo Governo. Nelas, defende que os programas políticos para as legislativas de 18 de maio devem priorizar a integração das várias redes do sistema de saúde, reforçando a articulação entre hospitais, cuidados primários, cuidados continuados e ERPI. Propõe ainda soluções transitórias para a falta de médicos e aposta na dedicação plena para profissionais do SNS

Eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

Ana Escoval, Professora Catedrática Jubilada da ENSP (NOVA) e vogal da Direção da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar, analisa as propostas dos partidos para as legislativas de 18 de maio, destacando a necessidade de inovação, integração de cuidados, racionalização de recursos e reforço da cooperação público-privada como eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights