Hospital vandalizado no México após rumores de contaminação deliberada

28 de Junho 2020

Residentes de uma localidade no estado de Chiapas, no sudeste do México, vandalizaram na sexta-feira um hospital e incendiaram duas viaturas da polícia, acreditando que as autoridades estariam a propagar deliberadamente o coronavírus, anunciou a Procuradoria.

Os incidentes ocorreram na noite de sexta-feira, na localidade de Larrainzar, quando agentes da polícia foram atacados por residentes descontentes com as operações de fumigação.

Várias comunidades no estado de Chiapas opõem-se aos métodos de fumigação contra o dengue e à pulverização de um desinfetante para combater a covid-19. Segundo as autoridades, alguns acreditam que o governo estaria a propagar deliberadamente a doença desta forma.

Na sexta-feira, cerca de 50 pessoas incendiaram dois veículos da polícia e atacaram as casas de dois funcionários municipais e o hospital local, partindo janelas e móveis e incendiando uma ambulância, disse um funcionário à agência de notícias France-Presse (AFP).

Esta é a terceira vez que a população do estado de Chiapas leva a cabo este tipo de ataques com base em falsos rumores relacionados com a pandemia de covid-19.

Em 12 de junho, residentes do município de Villa las Rosas, na região, saquearam o gabinete do presidente da câmara e um hospital.

Noutras localidades, como Simojovel, Totolapa e Arriaga, os habitantes impediram a passagem de técnicos de saúde que vinham informar a população sobre métodos de prevenção da pandemia.

Com 127 milhões de habitantes, o México registou 212.802 casos confirmados com o novo coronavírus desde o início da pandemia, em fevereiro, além de 26.381 mortes, segundo o último balanço realizado pela agência de notícias Efe.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 495 mil mortos e infetou mais de 9,87 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

LUSA/HN

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