Residentes no distrito de Haizhu devem permanecer em casa durante vários dias, com um membro de cada família autorizado a sair uma vez por dia para comprar bens de primeira necessidade, disseram hoje as autoridades.
A decisão surge depois de a capital da província de Guangdong, de 13 milhões de habitantes, ter registado 3.775 novos casos nas últimas 24 horas, uma subida em relação às 3.030 infeções anunciadas na sexta-feira.
Muitas escolas em toda a cidade estão a dar aulas via ‘online’ e os estudantes universitários foram impedidos de entrar ou sair dos ‘campus’.
O transporte público já tinha sido suspenso e as aulas interrompidas em grande parte da cidade. Os voos para Pequim e outras grandes cidades do país foram também cancelados, segundo a imprensa estatal.
Na sexta-feira, a China tinha anunciado uma redução do período de quarentena para viajantes oriundos do exterior, uma medida já também adotada pela região de Macau, e o fim da interrupção dos voos com casos de covid-19 a bordo.
No entanto, na quinta-feira, o Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês garantiu que as “medidas preventivas necessárias contra a pandemia não podem ser relaxadas” e que a estratégia ‘zero covid’ deve continuar a ser aplicada “com determinação”.
A estratégia inclui o confinamento de bairros, distritos e cidades inteiras, e o isolamento de todos os casos e respetivos contactos diretos em instalações designadas.
As restrições resultam ocasionalmente em confrontos entre os moradores e os funcionários dos comités de bairro, que são ameaçados de punição se os surtos nas suas áreas de jurisdição fugirem do controlo.
No total, a China registou 11.773 novos casos nas últimas 24 horas, o valor mais elevado desde meados de abril. Embora este número seja baixo, considerando que a China tem 1,4 mil milhões de habitantes, a escala geográfica do surto constitui um desafio.
Todas as 31 regiões de nível provincial da China relataram novas infeções, nos últimos dias. Para além de Guangdong, no sudoeste, a cidade industrial de Chongqing fechou hoje as escolas no distrito de Beibei, que tem 840 mil pessoas.
A Organização Mundial da Saúde disse, em maio passado, que a abordagem extrema da China para conter a covid-19 é “insustentável”, devido à natureza altamente infecciosa da variante Ómicron.
Por outro lado, Pequim recusou aprovar a importação de vacinas estrangeiras de RNA mensageiro no continente, já permitida nas regiões administrativas especiais chinesas de Macau e Hong Kong desde o início da pandemia.
A taxa de vacinação entre os idosos com inoculações domésticas, menos eficazes na prevenção de morte e doença grave, é de apenas 86%, segundo dados oficiais.
LUSA/HN
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