Marcelo diz que não está “tão otimista” como DGS ou PCP sobre a realização da Festa do Avante! “

5 de Setembro 2020

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse hoje que a sua perspetiva sobre a realização da Festa do Avante! "não é tão otimista" como a perceção da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do PCP.

“Não escondo, e tive ocasião de dizer aos responsáveis do PCP, de uma forma cordial, mas muito franca, que a minha perceção não é tão otimista como a perceção da DGS e como a perceção do partido”, considerou o chefe de Estado, à margem de uma visita ao município de Castro Marim, sobre o evento que decorre entre hoje e domingo no Seixal (Setúbal).

Marcelo Rebelo de Sousa recordou que a DGS definiu uma série de regras que “considera suficientes para, não havendo riscos de maior, dar ‘luz verde’”, através de “uma autorização técnica, científica e especializada” ao evento, e que o PCP entende “estarem preenchidas as condições de saúde mínimas, ou suficientes, para a sua realização”.

Sem discutir as questões sanitárias, o Presidente da República colocou a questão no plano da avaliação política e da perceção que a Festa do Avante! tem junto da população.

“Não vou discutir regras sanitárias. Não é a minha especialidade, nem deve o Presidente da República discutir. A questão é outra: todos os eventos – e os grandes por maioria de razão – devem ser apreciados também à luz da perceção que as pessoas têm deles”, afirmou.

Para o chefe de Estado, “uma coisa são as regras e a maneira como são aplicadas, outra coisa é a imagem retirada pelas pessoas daquilo que é autorizado e realizado”.

“A perceção da DGS e do partido organizador é que é positiva, como exercício da democracia e também como respeito de regras suficientes para se concretizar. A perceção de uma parte do país é que é menos positiva, é menos otimista relativamente à imagem geral que é deixada”, acrescentou.

O Presidente da República reafirmou que, na sua ótica, não está em causa a legitimidade do organismo e do partido, mas que a avaliação política só poderá ser efetuada depois da realização do evento.

“Não estou a dizer que não haja legitimidade da DGS para definir regras, que não haja legitimidade democrática do partido para realizar este acontecimento. É uma questão de avaliação política”, frisou.

E Marcelo Rebelo de Sousa vincou: “São duas leituras da realidade: só depois de concretizado é que se verá quem tem mais ou menos razão. Como Presidente da República, até ficaria muito feliz se, no fim disto tudo, a generalidade dos portugueses ficasse com essa perceção positiva”.

O evento comunista, este ano, tem estado debaixo de polémica devido ao contexto pandémico de covid-19, com críticas de vários partidos políticos mais à direita, entre outras personalidades.

As autoridades sanitárias limitaram mesmo a lotação máxima do recinto a cerca de 16.500 pessoas em simultâneo, entre hoje e domingo, e obrigaram a plateias sentadas nos espetáculos, se consumo de bebidas alcoólicas.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

ADSE aumenta reembolsos pelas consultas e revê preços em 2025

A ADSE avançou com mudanças para dar mais benefícios em 2025, nomeadamente um limite aos custos suportados com cirurgias no regime convencionado, um aumento dos reembolsos pagos pelas consultas no regime livre e a revisão de alguns preços.

MAIS LIDAS

Share This