Professores defendem uniformização de procedimentos nas escolas

2 de Dezembro 2020

O Sindicato de Todos os Professores (STOP) defendeu esta quarta-feira que o Ministério da Educação deveria uniformizar os procedimentos a cumprir nas escolas em relação à pandemia, considerando que parece haver escolas de primeira e outras de segunda.

“Tem que haver uma uniformização dos procedimentos relativamente à pandemia, igual ou semelhante em todo o país”, afirmou o coordenador nacional do STOP, André Pestana, que falava à agência Lusa à margem de uma concentração junto à Escola Básica 2.º e 3.º ciclos Inês de Castro, em Coimbra.

O STOP convocou uma greve de docentes e não docentes para esta semana, que termina na sexta-feira, sendo que a Escola Inês de Castro fechou hoje devido à greve.

As razões da greve prendem-se com as condições de trabalho e com a forma como está a ser tratada a pandemia nos estabelecimentos de ensino.

André Pestana notou que as medidas de controlo da pandemia variam de estabelecimento para estabelecimento, havendo escolas com separadores acrílicos entre alunos, outras que medem a temperatura à entrada, mas “a maioria não tem este tipo de procedimentos”.

Quando surgem infeções, há casos de escolas que encerram por completo, mas outras em que apenas os alunos infetados vão para casa, mantendo-se o ensino presencial sem realização de testes para os colegas e professores, “que continuam a dar aulas àquela turma como a outras”, salientou o dirigente sindical.

“Tem de haver um protocolo minimamente uniforme, se não parece que há escolas de primeira e outras de segunda”, vincou.

Segundo André Pestana, são necessários também mais assistentes operacionais e com melhores condições de trabalho e de remuneração, assim como mais professores.

“Há assistentes operacionais que trabalham há 30 anos e recebem o mesmo que outros que entraram agora. Isso é uma total desconsideração para com estes profissionais, que estão exaustos e desmotivados”, vincou, salientando a importância do papel destes trabalhadores numa situação de pandemia, ao assegurarem a limpeza e higienização dos estabelecimentos.

Para o coordenador do STOP, o Governo “tem de definir as suas prioridades”.

“O Governo é muito célere a arranjar milhares de milhões para tapar buracos da banca, mas para a saúde e para a educação, que serve a esmagadora maioria da população, parece que há sempre desculpas para não investir”, criticou.

André Pestana recordou ainda que “há cerca de 30 mil alunos que estão desde setembro sem professor a uma ou mais disciplinas”, considerando que é necessário contratar mais professores, mas também tornar a carreira docente mais atrativa.

Apesar de as escolas terem estado encerradas nos primeiros dois dias da semana, a greve convocada pelo STOP manteve-se, decorrendo até sexta-feira.

Questionado sobre a adesão à greve, André Pestana referiu que, sendo um sindicato recente, não tem indicação de quantas escolas fecharam hoje, mas acredita que outros estabelecimentos vão encerrar, à imagem do que aconteceu na Escola Inês de Castro, em Coimbra.

LUSA/HN

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