“Não se percebe como é que numa altura de pandemia, na qual tantos e tantos jovens se encontram em casa, privados da sua educação presencial, com incertezas em relação à habitação e inseguros relativamente ao futuro do mercado de trabalho, este órgão possa continuar inativo, como está desde 2016”, afirmou Manuel Pedro Serralha, presidente da Juventude Popular de Lisboa, organização política e autónoma de juventude do CDS-PP.
Realizada através de uma plataforma ‘online’, a reunião juntou um conjunto de associações da capital, que abordaram a situação de inexistência do CMJ Lisboa, “órgão fundamental para os jovens da cidade, no qual se formam parcerias, promovem programas e se discutem ideias”.
“Também não foi esquecido o papel do CMJ enquanto principal órgão consultivo da Câmara Municipal de Lisboa, no que diz respeito a propostas relativas às políticas de juventude”, expôs a Juventude Popular.
Neste âmbito, as associações e juventudes partidárias da cidade avançaram com possíveis propostas a apresentar à Câmara Municipal de Lisboa.
“A reunião foi bastante positiva, é de louvar a presença de várias associações na discussão de um assunto tão importante para os jovens”, disse Manuel Pedro Serralha.
Com balanço do encontro ‘online’, o presidente da Juventude Popular de Lisboa avançou que a apreciação geral das associações é de “entusiasmo e motivação” face à possível retoma do CMJ, órgão que existe em muitos concelhos portugueses e que em Lisboa continua a não existir.
Outra das ideias é incluir ainda mais associações juvenis na elaboração de uma solução para o relançamento e a reativação do CMJ, assim como do agendamento de mais reuniões para um futuro próximo.
Em 17 de fevereiro, o CDS-PP/Lisboa decidiu convocar associações e juventudes partidárias para uma reunião de urgência para reativar o CMJ, acusando o executivo camarário de não respeitar a deliberação aprovada, por unanimidade, em 2019.
Em julho de 2020, o CDS-PP/Lisboa já tinha pedido à Câmara a reativação do CMJ, que não realiza reuniões desde 2016, acusando a autarquia de estar a ignorar os jovens.
Em comunicado de imprensa, divulgado na ocasião, os líderes das concelhias de Lisboa do CDS-PP e da Juventude Popular, Diogo Moura e Francisco Camacho, respetivamente, defendiam ser “verdadeiramente incompreensível a ausência de funcionamento” do CMJ “num período tão crítico”.
Para os centristas, era “intolerável que a juventude” continuasse a “ser ignorada”, numa altura em que as associações académicas assumiam esforços para o regresso às aulas e em que havia vários alertas para “a potencial crise de saúde mental” que poderia afetar os mais novos, devido à pandemia de covid-19.
O CDS falava ainda em “ilegalidade” e apelava para a reativação daquele órgão, presidido pelo presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), cujo plenário deveria “passar a reunir ordinariamente pelo menos quatro vezes por ano”.
LUSA/HN
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