Táxis, restauração, hotelaria e zonas de diversão de Lisboa com reforço de testagem

26 de Maio 2021

Os profissionais de entregas, táxi e TVDE estão abrangidos por um reforço da testagem de covid-19 na região de Lisboa a partir de sexta-feira, enquanto nas zonas de concentração de restaurantes o programa arranca na segunda-feira, foi hoje anunciado.

 Numa conferência de imprensa que juntou várias entidades públicas, em Lisboa, o coordenador da ‘task-force’ criada pelo Governo para a promoção do plano de testagem no âmbito da pandemia explicou que será desenvolvido, a partir do dia 28, “um programa de sensibilização e de testagem” junto dos prestadores dos serviços de entregas, táxis e transporte em veículos descaracterizados a partir de plataformas eletrónicas (TVDE).

“Quer isto dizer que vamos testar em proximidade nos locais onde estes profissionais exercem a sua profissão, em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa”, referiu Fernando Almeida, sublinhando também a articulação, neste processo, com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e laboratórios privados.

Segundo o também presidente do conselho diretivo do INSA, a testagem em massa na região de Lisboa abrange também zonas de habitual convívio entre os jovens, como a Avenida 24 de Julho, o Cais do Sodré, o Bairro Alto ou o miradouro de São Pedro de Alcântara, pontos de diversão noturna no centro da cidade de Lisboa.

“Vamos dirigir a nossa atenção através de unidades móveis, com a colaboração da Administração Regional de Saúde, da Câmara Municipal de Lisboa e equipas da Cruz Vermelha, no sentido de ter duas ações: testar e sensibilizar para a necessidade de distanciamento”, referiu Fernado Almeida, explicando que se pretende uma “testagem muito significativa”.

Também as zonas de grande circulação e ‘interfaces’ de transporte são alvo da atenção das autoridades, pelo que serão colocados “postos móveis de testagem”, que podem ser usados pelos passageiros, em locais como a Gare do Oriente.

O reforço da testagem incide também a partir do dia 31 de maio, com equipas móveis, nos setores da restauração, comércio, hotelaria e feiras, não numa lógica de “restaurante a restaurante, mas em regiões com aglomerados de restaurantes típicos”.

Fernando Almeida anunciou ainda que o Governo vai antecipar a testagem à covid-19 nos estabelecimentos de ensino de Lisboa, face ao aumento de infeções na capital: a testagem a alunos, docentes e não docentes de todos os níveis de ensino começa na maior parte dos casos já esta semana.

O programa de testes vai também abranger imigrantes e requerentes de asilo, em particular os residentes em pensões, espaços que em Lisboa estão muitas vezes sobrelotados.

Na conferência de imprensa, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, disse que a vacinação contra a covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo vai ser acelerada nas faixas dos 40 e 30 anos para reforçar as medidas de controlo da evolução epidemiológica: “Haverá uma aceleração no processo de vacinação em Lisboa, começando a vacinação na faixa dos 40 anos no dia 06 de junho e na [faixa] dos 30 anos a partir de 20 de junho”.

O governante disse que a tendência crescente de novos casos de covid-19 nesta região, registada desde o início do mês de maio, “é um sinal de alerta, não de alarme”.

Apresentando os dados da situação epidemiológica da covid-19 no concelho de Lisboa, o diretor de Serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde, André Peralta Santos, descreveu a curva da incidência cumulativa a 14 dias de casos de infeção, em que no início do mês de maio se verificou “uma inversão de tendência e um aumento do crescimento”.

“Atualmente, tem uma incidência de 143 casos por 100 mil habitantes e um Rt (índice de transmissibilidade) de 1,14”, referiu, explicando que “isto quer dizer que a incidência está acima de 120 [casos por 100 mil habitantes] e que a epidemia está a aumentar, porque o Rt é superior a 1”.

Relativamente à dispersão geográfica, com dados de 10 de maio e de 23 de maio, verifica-se que as maiores incidências se concentram nas freguesias do centro da cidade de Lisboa e que, ao longo dos últimos dias, houve um aumento nos territórios circundantes, expôs.

“À medida que nos vamos aproximando do tempo presente, há uma dispersão do aumento”, disse André Peralta Santos, explicando que, “em vez de aumentar a incidência só nas freguesias do centro, já estão a aumentar também nas freguesias mais da periferia da cidade e, inclusive, noutros concelhos”.

No que diz respeito à faixa etária dos casos de infeção dos últimos 14 dias em Lisboa, concentram-se na população do adulto jovem, entre os 20 e os 40 anos.

LUSA/HN

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