Perante amigos e familiares, que se juntaram ao autor no Centro Cultural de Cabo Verde, “Papy” relatou várias peripécias que marcaram a sua luta contra um cancro do cólon, nos intestinos, que o afetou em 2019.
O livro com o título “Páginas da minha vida, o renascer de um campeão, a incrível história de superação” tem 152 páginas, mas na apresentação o ex-atleta frisou que “o amor à mulher e à filha” na altura com três anos “constituiu o alicerce da superação”.
“Pensava para mim mesmo que se desistisse disto estaria a abandonar a minha filha com quem mantive sempre uma relação próxima”, notou o autor, antigo atleta (de atletismo) em Portugal e na Guiné-Bissau.
“Papy”, que se assume completamente curado do cancro, cursou ‘marketing’ em Portugal, onde viveu grande parte dos seus 41 anos, até um dia decidir pelo regresso à Guiné-Bissau, onde liderou a Federação do Atletismo.
Ainda em Bissau, foi diretor executivo de uma escola portuguesa, líder de várias delegações olímpicas da Guiné-Bissau até descobrir em 2019, já em Lisboa, que tinha cancro.
O ex-atleta desconfia que “muita gente” possa estar a morrer de cancro na Guiné-Bissau, devido à escassez de meios de diagnóstico, e elogia os cuidados que recebeu em Lisboa.
“Portugal trabalha muitíssimo bem com doenças oncológicas”, referiu o autor do livro publicado pela Nimba Edições.
Tânia Pereira, ativista guineense de férias em Lisboa, presente no lançamento do livro de “Papy”, entende que mais do que falta de diagnóstico, muita gente poderá estar a morrer de cancro na Guiné-Bissau por tabu.
“As pessoas não querem que se fale da sua doença, que se saiba que tem um cancro. Deus escolheu o ‘Papy’ por ser um líder, que agora vai ajudar a mudar essa mentalidade da nossa gente”, defendeu Tânia Pereira, dirigente de uma plataforma de mulheres ativistas sociais.
LUSA/HN
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