Metade dos pais moçambicanos deixariam filhos regressar à escola se forem garantidas condições de prevenção

17 de Junho 2020

Metade dos pais moçambicanos deixariam os filhos regressar à escola caso diminuíssem os casos de Covid-19 ou mediante condições de prevenção da propagação da pandemia, segundo um estudo preliminar divulgado esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde de Moçambique.

Cerca de 50% dos pais mandariam as crianças para a escola mediante a “diminuição de casos ou fim da pandemia, existência de medidas de higiene e segurança ou preparação psicológica das crianças”, disse Khátia Munguambe, docente na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a maior instituição de ensino superior do país.

Khátia Munguambe falava hoje em Maputo no primeiro dia da conferência científica sobre a Covid-19 em Moçambique.

A docente acrescentou que os pais iriam preferir também que as escolas pudessem fazer o rastreio das crianças nas escolas.

Mas há desafios básicos nas escolas: não têm água, quanto mais sabão para lavagem das mãos.

O outro desafio é a dificuldade de garantir que as crianças cumpram medidas como o uso da máscara e o distanciamento nas salas de aulas.

O estudo indica ainda que há desconfiança dos pais sobre a capacidade das escolas de garantir tais condições.

A realização do estudo envolveu dez mil entrevistados em 222 bairros de pelo menos nove províncias moçambicanas.

Moçambique tem um cumulativo de 638 casos positivos de Covid-19 e quatro óbitos.

O país vive em estado de emergência desde 01 de abril, prorrogado por duas vezes até 29 de junho.

Estão em vigor várias restrições: todas as escolas estão encerradas, espaços de diversão e lazer também estão fechados, estão proibidos todo o tipo de eventos e de aglomerações, recomendando-se à população que fique em casa, se não tiver motivos essenciais para tratar

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 438 mil mortos e infetou mais de oito milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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