Os dados integram o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde brasileiro, que dá conta de uma taxa de incidência da doença de 211 mortes e 7.563 casos por 100 mil habitantes.
Já a taxa de letalidade permanece fixada em 2,8% há várias semanas consecutivas.
Ainda nas últimas 24 horas, o Brasil foi o segundo país do mundo que mais mortes e casos positivos de covid-19 registou, apenas atrás da Índia.
Em números absolutos, o Brasil continua a ocupar a segunda posição mundial na lista de países com mais vítimas mortais, superado pelos Estados Unidos, e a terceira com mais casos, também antecedido pela nação norte-americana e pelos indianos.
Dentro do Brasil, o foco da pandemia continua a ser o Estado de São Paulo, que concentra 3.147.348 casos de infeção e 106.437 vítimas mortais.
No momento em que o ritmo da vacinação contra a covid-19 no Brasil avança lentamente, enfrentando escassez de doses, o embaixador da China no Brasil usou as redes sociais para anunciar a cedência de novos lotes de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para produção de imunizantes no país sul-americano.
O anúncio foi feito após uma reunião do diplomata com os governadores estaduais Wellington Dias, do Piauí; João Doria, de São Paulo; Flávio Dino, do Maranhão; e Waldez Góes, do Amapá.
“Na conversa com o Fórum dos Governadores informei a liberação dos novos lotes de IFA pra produzir, no total, 16,6 milhões de doses da Coronavac [do laboratório chinês sinovac] e da vacina AstraZeneca, que chegarão ao Brasil nos próximos dias. A China, fraterna com o povo brasileiro, está comprometida em parceria de vacinas”, escreveu Yang Wanming no Twitter.
Segundo o governador Flávio Dino, citado pelo jornal O Globo, o embaixador abriu outras possibilidades, como a compra de vacinas já prontas.
“Como não vemos horizonte científico imediato para o fim desta pandemia, temos que olhar as opções para a frente. A União Europeia já está a fazer reuniões sobre a vacinação de 2022/2023. Isso sugere que, diferentemente dos irresponsáveis do Governo Federal, temos que cuidar da emergência e do futuro”, disse o governador, tecendo criticas ao executivo, presidido por Jair Bolsonaro, cuja gestão tem dirigido ataques a Pequim.
Ainda para Flávio Dino, as reuniões dos governadores diretamente com o embaixador chinês são necessárias, por considerar que Bolsonaro continua a ofender o país asiático.
“Externamos a solidariedade e desagravo diante das reiteradas ofensas ao povo chinês, para quebrar o mal-estar quando isto acontece. É uma forma de registarmos formalmente que existe um comprometimento nosso da boa relação com a China. Talvez, pela primeira vez na história, a paradiplomacia está a ser tão necessária”, frisou.
Recentemente, Jair Bolsonaro, sem citar explicitamente a China, insinuou que o novo coronavírus pode ter sido criado em laboratório para uma “guerra química” e questionou “qual o país” cujo PIB (Produto Interno Bruto) “mais cresceu” durante a pandemia.
Outros membros do Governo e até mesmo um dos filhos do Presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro, também já fizeram declarações insinuando que o novo coronavírus foi criado na China para atender aos seus interesses económicos.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.419.488 mortos no mundo, resultantes de mais de 164,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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