Portugal deve ultrapassar taxas médias de vacinação da UE

1 de Junho 2021

O Fórum para a Competitividade considera que, perante a dependência da economia portuguesa em relação ao turismo, as autoridades deveriam acelerar a vacinação para alcançar uma taxa de vacinação de 120% face à média da União Europeia.

“Dada a dependência que temos do turismo, sobretudo na atual conjuntura” e de forma a “garantir que somos um destino atraente este verão, seria muito importante que definíssemos uma meta ambiciosa, como ter 120% da média de vacinação da UE”, sustenta o Fórum para a Competitividade na sua nota de conjuntura de maio, hoje divulgada.

É que, apesar dos progressos no ritmo de vacinação observados, estes continuam “insuficientes para ultrapassar as taxas de vacinação média” da União Europeia.

Numa escala em que a média da taxa de vacinação da UE corresponde a 100%, Portugal estava em maio nos 99%, segundo os dados compilados pelo Fórum para a Competitividade. Já Israel, Reino Unido e Hungria tinham taxas médias de, respetivamente, 177%, 159% e 147%.

Notando que os dados revelados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmaram que, no primeiro trimestre deste ano, a economia portuguesa teve a “mais profunda queda da zona euro”, o Fórum para a Competitividade considera que há condições para a que a economia recupere nos próximos trimestres, sobretudo neste segundo.

“O 2.º trimestre deverá ser já de clara recuperação”, devido ao forte alívio do confinamento e restrições que vigoraram durante quase todo o 1.º trimestre” e também pelo facto de o trimestre homólogo ter sido o de maior quebra da pandemia (tendo recuado 13,9%), assinala o diretor do gabinete de estudos do Fórum, Pedro Braz Teixeira.

O Fórum para a Competitividade refere, porém, que, sob essa recuperação, paira a “elevada incerteza sobre o turismo” e duas condicionantes: o “atraso na ‘bazuca’ europeia e na distribuição dos restantes fundos europeus e a incógnita das falências e desemprego adiados, que se poderá manifestar no final das moratórias e apoios públicos”.

“Ainda assim, a confirmarem-se as boas notícias sobre o 2.º trimestre, faremos uma revisão em alta das nossas estimativas para o conjunto de 2021, que se situam, atualmente, entre 1% e 3%”, sublinha a nota de conjuntura.

Assinalando o facto de as mais recentes projeções da Comissão Europeia e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reverem em alta as perspetivas de crescimento da economia portuguesa em 2021 e 2022, o Fórum salienta, contudo, que Portugal terá uma retoma “atrasada” face a outros países.

“Ao contrário das principais economias, teremos o pico da recuperação em 2022 e não em 2021, ou seja, teremos uma retoma atrasada”, lê-se no documento que sublinha que, desta forma, em termos acumulados, entre 2020 e 2022, Portugal ficará ”no penúltimo lugar, apenas à frente de Espanha, no conjunto dos países da coesão, aqueles que estão num escalão de desenvolvimento comparável.

Da análise resulta ainda a conclusão de que “infelizmente, o nosso país continua a destacar-se pelas piores razões e este facto não tem merecido a atenção política que se impõe, nem por parte do Governo nem das oposições”.

LUSA/HN

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