Ómicron responsável por 92,5% dos casos e SNS apresenta “sinais de pressão”

8 de Janeiro 2022

A variante Ómicron do SARS-CoV-2 é responsável por 92,5% das infeções registadas em Portugal, adianta hoje o relatório das “linhas vermelhas”, que alerta para os “sinais de pressão” sobre o Sistema Nacional de Saúde (SNS).

“Desde o dia 6 de dezembro [2021], tem-se verificado um elevado crescimento na proporção de casos prováveis da variante Ómicron, tendo atingido uma proporção estimada de 92,5% no dia 6 de janeiro de 2022”, refere o documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

A DGS e o INSA alertam que “a pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são elevados, com tendência crescente nas hospitalizações”.

“Dado o rápido aumento de casos, mesmo tendo em consideração a menor gravidade da variante Ómicron, é provável um aumento de pressão sobre o todo o sistema de saúde e na mortalidade, recomendando-se a manutenção de todas as medidas de proteção individual e a intensificação da vacinação de reforço”, refere o relatório das linhas vermelhas da pandemia de covid-19 em Portugal.

De acordo com relatório hoje divulgado, nos últimos sete dias, 64% dos casos de infeção notificados foram isolados em menos de 24 horas, quando na última semana este valor estava nos 81%.

Além disso, 40% de todos os casos notificados tiveram todos os seus contactos rastreados e isolados em 24 horas, indica a análise de risco das autoridades de saúde.

“Nos últimos sete dias, estiveram envolvidos no processo de rastreamento, em média, 767 profissionais a tempo inteiro, por dia, (+129 do que na semana anterior) no Continente”, observa.

Segundo as “linhas vermelhas”, nos últimos sete dias foram realizados um total de 1.701.921 testes (1.584.115 de testes no último relatório).

O documento da DGS e do INSA sublinha que a mortalidade por covid-19 apresenta uma tendência decrescente, com uma média de 20,4 óbitos em 14 dias por milhão de habitantes.

As “linhas vermelhas” lembram ainda que “as pessoas com um esquema vacinal completo tiveram um risco de internamento duas a seis vezes menor do que as pessoas não vacinadas, entre o total de pessoas infetadas em outubro. As pessoas com um esquema vacinal completo tiveram um risco de morte três a cinco vezes menor do que as pessoas não vacinadas, entre o total de pessoas infetadas em novembro”.

“Na população com 80 e mais anos, a dose de reforço reduziu o risco de morte por covid-19 quase para metade em relação a quem tem o esquema vacinal primário completo”, é acrescentado.

A covid-19 provocou 5.470.916 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.071 pessoas e foram contabilizados 1.577.784 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Ana Santos Almeida: ‘avançar na promoção da saúde da mulher

Em entrevista exclusiva ao Healthnews, a Professora Ana Santos Almeida revela como o projeto AGEWISE revoluciona a compreensão da menopausa, explorando a interação entre o microbioma intestinal e as hormonas sexuais. Com o uso de Inteligência Artificial, o projeto promove intervenções personalizadas para melhorar a saúde das mulheres durante o envelhecimento.

Confiança: o pilar da gestão de crises na Noruega

A confiança foi essencial na gestão da pandemia pela Noruega, segundo o professor Øyvind Ihlen. Estratégias como transparência, comunicação bidirecional e apelo à responsabilidade coletiva podem ser aplicadas em crises futuras, mas enfrentam desafios como polarização política e ceticismo.

Cortes de Ajuda Externa Aumentam Risco de Surto de Mpox em África

O corte drástico na ajuda externa ameaça provocar um surto massivo de mpox em África e além-fronteiras. Com sistemas de testagem fragilizados, menos de 25% dos casos suspeitos são confirmados, expondo milhões ao risco enquanto especialistas alertam para a necessidade urgente de políticas nacionais robustas.

Audição e Visão Saudáveis: Chave para o Envelhecimento Cognitivo

Um estudo da Universidade de Örebro revela que boa audição e visão podem melhorar as funções cognitivas em idosos, promovendo independência e qualidade de vida. Intervenções como aparelhos auditivos e cirurgias oculares podem retardar o declínio cognitivo associado ao envelhecimento.

Défice de Vitamina K Ligado a Declínio Cognitivo

Um estudo da Universidade Tufts revela que a deficiência de vitamina K pode intensificar a inflamação cerebral e reduzir a neurogénese no hipocampo, contribuindo para o declínio cognitivo com o envelhecimento. A investigação reforça a importância de uma dieta rica em vegetais verdes.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights