Costa diz que foram gastos 1.682 ME para conter inflação

9 de Julho 2022

O secretário-geral do PS anunciou hoje que, no primeiro semestre de 2022, o Governo gastou 1.682 milhões de euros nas medidas para conter a inflação, devido à guerra na Ucrânia.

“Entre as medidas fiscais para controlar o aumento dos preços, as medidas de apoio e fiscais para conter os custos de produção, as medidas de apoio às famílias mais vulneráveis e às atividades económicas mais dependentes de energia (…), de janeiro até agora, o Estado mobilizou já 1.682 milhões de euros”, declarou António Costa.

Esta informação foi transmitida pelo líder dos socialistas no discurso que proferiu na abertura da reunião da Comissão Nacional do PS, que decorre em Ílhavo, Aveiro, e que dedicou em grande parte às medidas do Governo para conter a inflação que cresceu para níveis que, segundo o mesmo, nem a sua geração tinha experimentado.

Costa começou por falar sobre as medidas que têm sido adotadas pelo Governo ao nível dos produtos energéticos, assinalando que a carga fiscal sobre os combustíveis “já baixou 18 pontos percentuais”.

“Se estas medidas não tivessem sido adotadas, num depósito de 50 litros de gasóleo cada português estava a pagar mais 14 euros do que aquilo que está a pagar e, num depósito de 50 litros de gasolina, cada português estaria a pagar mais 16 euros”, afirmou.

Na eletricidade, o líder dos socialistas referiu que as medidas que Portugal e Espanha conseguiram negociar com a União Europeia têm permitido conter “a contaminação da formação do preço da eletricidade pelo brutal aumento do preço do gás”.

Salientou ainda as medidas adotadas no setor de transportes de passageiros e mercadorias, com a criação para os meses de julho e agosto de um “gasóleo profissional extraordinário que vai reduzir em 17 cêntimos por litro o custo do gasóleo profissional”.

Por fim, referiu o apoio ao cabaz alimentar das famílias mais vulneráveis que abrange mais de um milhão de famílias, com um total de 120 milhões de euros.

“Tal como aconteceu com a pandemia temos aqui um desafio à escala global que temos de ser capazes de enfrentar e de gerir”, concluiu.

No seu discurso sobre a análise da situação política, António Costa falou também sobre a crise política e as eleições antecipadas que deram maioria absoluta ao PS, realçando que o Governo esteve mais de oito meses a aguardar pela entrada em vigor do novo Orçamento do Estado (OE), em 01 de julho.

“A entrada em vigor do OE teve logo efeitos imediatos, porque, finalmente, pudemos honrar todos os compromissos que tínhamos assumidos com os portugueses, a classe média, as famílias com filhos, os jovens vão pagar menos IRS e ontem [sexta-feira] todos os beneficiários de pensões da Segurança Social até 1.108 euros já receberam o aumento extraordinário de pensões com efeitos retroativos a 01 de janeiro como nos tínhamos comprometido e os beneficiários da Caixa Geral de Aposentações receberão no próximo dia 19 julho”, disse.

O líder dos socialistas assegurou ainda que o PS irá cumprir os compromissos assumidos com os portugueses durante a campanha eleitoral, apesar da existência da guerra da Ucrânia, que, segundo o próprio, “introduz dificuldades acrescidas” na ação governativa e pode exigir “ajustes no calendário”.

“Não utilizaremos a guerra como desculpa para não fazer aquilo que devemos fazer. Podemos levar mais tempo, podemos de fazer de uma forma diversa, mas vamos fazer, porque foi esse o compromisso que assumimos com os portugueses”, afirmou.

LUSA/HN

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