Segundo o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Médicos Angolanos (Sinmea), o Governo não informou a razão do atraso e, por isso, a classe “vai ter de reagir mesmo”.
“Em alguns setores, no meu hospital por exemplo, vai haver o abandono laboral, se até ao dia 15, depois de amanhã, a entidade patronal não disser nada, vamos paralisar mesmo, até que nos digam alguma coisa, porque não se justifica”, garantiu Pedro da Rosa.
O sindicalista salientou que “alguns médicos de hospitais terciários foram pagos, mas a esmagadora maioria não”, realçando que a situação na província de Luanda, capital de Angola, “a situação é igual”.
“Hospitais gerais, provinciais, municipais, ninguém recebeu, então estamos a pensar realmente numa paralisação, temos contas a pagar e ninguém nos dá satisfação nenhuma. Ninguém diz nada nem transpira nada também, disseram-nos no princípio do mês que seriamos pagos entre 15 e 20, isso é o que se diz por aí”, frisou o médico.
O responsável sindical acrescentou que a situação está a provocar vários constrangimentos, entre os quais o absentismo laboral, “por falta de dinheiro para o táxi”.
“Há colegas que já não vão trabalhar, não têm como pagar o táxi. Há pessoas que não têm nada para comer em casa, porque contavam com o salário entre 25 e 30, já estamos no dia 13 e nada, não têm como ir trabalhar”, explicou.
A situação de atraso salarial está a registar-se igualmente em alguns órgãos de comunicação social públicos, nomeadamente a Rádio Nacional de Angola, cujos trabalhadores até à data estão sem receber os seus ordenados, segundo várias fontes contactadas pela Lusa.
NR/HN/Lusa
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