Ministro da Saúde admite que pico das infeções respiratórias possa já ter passado

26 de Janeiro 2024

O ministro da Saúde admitiu hoje que o pico das infeções respiratórias deste inverno possa já ter passado, evidenciando que o país atravessa um período de maior tranquilidade comparativamente com o início do mês de janeiro.

“Apesar de tudo, nós estamos hoje, no final do mês de janeiro, numa situação mais tranquila do que estivemos nos primeiros dias do ano. É provável que o pico das infeções respiratórias deste inverno já tenha passado”, referiu Manuel Pizarro

No final da sessão de abertura das II Jornadas Nacionais de Doação de Órgãos, que decorrem hoje em Coimbra, o ministro sustentou que, apesar da situação estar mais calma, é preciso continuar a acompanhar a evolução das infeções respiratórias deste inverno “a par e passo”.

Questionado sobre a possibilidade de se voltar a adotar o uso de máscaras em unidades de saúde, face a algum ressurgimento de doenças infetocontagiosas, o ministro da Saúde indicou que tal decisão depende da recomendação técnica das estruturas de saúde pública.

“Eu diria que é algo que vai ser examinado caso a caso. Neste momento, não se encontrou ainda justificação para essa necessidade, mas é algo que está sempre em avaliação e que, além de tudo mais, pode justificar atitudes numa ou noutra unidade de saúde, sem precisar de haver uma atuação geral”, sustentou.

Aos jornalistas, o governante vincou que todas as doenças lhe merecem grande atenção, entre as quais as infecciosas, reiterando a importância da vacinação.

“Muito recentemente, temos visto aparecerem em Portugal casos de sarampo, que têm sempre a mesma característica: estamos a falar de portugueses que estão emigrados noutros países, nomeadamente outros países da União Europeia, onde a adesão à vacinação já não é tão grande como nosso país e isso mostra a importância da vacinação”, alegou.

No seu entender, o caso do bebé que foi tratado no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, e que já teve alta, “é um alerta aos pais portugueses sobre a gravidade potencial de um caso de sarampo”.

“O sarampo é uma doença que se pode fazer desaparecer, desde que mantenhamos os níveis elevadíssimos de adesão à vacinação, que felizmente ainda temos em Portugal, mas que já não vemos em todos os países europeus”, alertou.

Já em relação à tuberculose, recordou que quando o Serviço Nacional de Saúde começou há 45 anos, “havia mais de 100 casos por 100 mil habitantes ao ano e hoje são 14 casos por 100 mil habitantes ao ano”.

Apesar de Portugal registar “muito menos” casos, Manuel Pizarro vincou a necessidade do país ter “uma atenção reforçada” nesta matéria, por causa da “grande mudança demográfica no país, que se tornou um destino de imigração”.

“Confio que estamos a ser capazes de organizar os nossos serviços, de maneira a termos essa atenção também em relação à tuberculose e continuar o caminho positivo que temos tido, evitando um retrocesso”, concluiu.

LUSA/HN

 

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Maioria dos médicos já atingiu as 150 horas extras nas urgências

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) avançou esta sexta-feira que a esmagadora maioria dos médicos que faz urgência já atingiu as 150 horas extraordinárias obrigatórias, reclamando “respostas rápidas”, porque “já pouco falta para o verão” e as urgências continuam caóticas.

Ordem convida URIPSSA e URMA para debater situação dos enfermeiros das IPSS

A Secção Regional da Região Autónoma dos Açores da Ordem dos Enfermeiros (SRRAAOE) formalizou esta semana um convite no sentido de requerer uma reunião conjunta entre a Ordem dos Enfermeiros, a União Regional das Instituições Particulares de Solidariedade Social dos Açores e a União Regional das Misericórdias dos Açores.

SIM diz que protocolo negocial com tutela será assinado em maio

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) anunciou esta sexta-feira que o protocolo para iniciar as negociações com o Governo será assinado em maio, esperando que ainda este ano se concretize um calendário de melhoria das condições de trabalho dos médicos.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights