Segundo o responsável, a hospitalização domiciliária vai começar com dez camas e uma equipa multidisciplinar, que fará as visitas a casa dos utentes e lhes vai proporcionar os mesmos cuidados como se estivessem internados.
A hospitalização domiciliária foi implementada em 2019, foi suspensa aquando da pandemia provocada pela covid-19 e o programa vai agora ser reativado na área de influência desta ULS – concelhos da Covilhã, Fundão e Belmonte (distrito de Castelo Branco).
O administrador da ULS frisou que as dez camas numa fase inicial são o “mínimo olímpico”, mas que existe “muita ambição” e que a intenção é evoluir e, “a prazo, a ideia é transferir recursos para uma atividade regular normal que estariam dentro do hospital para casa”, depois de observar como a operação “corre no terreno”.
De acordo com João Marques Gomes, são passíveis de hospitalização domiciliária pessoas com todos os diagnósticos e, dependendo “das severidades”, é avaliado caso a caso com a equipa.
Para que tal aconteça, o utente tem de reunir em casa as condições necessárias, nomeadamente físicas.
“Se a pessoa não tiver condições para ter hospitalização em casa, não a faz”, vincou.
João Marques Gomes sublinhou que esta é uma medida vantajosa para o utente que dela beneficiar, ao poder recuperar em casa, com a mesma assistência, e para o prestador de cuidados de saúde, que liberta camas no hospital e essa capacidade pode ser aproveitada “numa lógica de combater as listas de espera cirúrgicas”.
“A hospitalização domiciliária é uma maneira de termos um hospital com mais camas, de termos um hospital maior, sem construirmos um hospital maior”, ilustrou o administrador, no cargo desde o final de outubro.
Outra das vantagens para o utente passa por minimizar possíveis implicações de um internamento, como o conforto, o potencial de infeção hospitalar ou perda de massa muscular.
O presidente do conselho de administração da ULS da Cova da Beira reforçou que 70% dos doentes internados no hospital são de severidade 1 e 2, o que significa que pelo menos esses 70%, além dos utentes que evoluem favoravelmente, “não precisam estar internados no hospital”, se reunirem as condições em casa para aí poderem recuperar, e “podem ir mais cedo para casa”, com o devido acompanhamento.
“O que é importante é que os cuidados que recebe no hospital, receba em casa”, acrescentou.
À margem do seminário sobre Saúde Digital e Telesaúde, no Hospital Pero da Covilhã, João Marques Gomes informou que os centros de saúde da Covilhã, Belmonte e Fundão, que já estavam abertos ao sábado, para reforço da vacinação, vão ter o horário alargado.
A partir de 02 de janeiro essas três unidades vão funcionar ao sábado entre as 08:00 e as 20:00, uma das medidas do plano de contingência para combater o previsível aumento de procura dos serviços durante o inverno.
O responsável acrescentou que a ULS da Cova da Beira tem sempre as portas abertas à contratação de profissionais de saúde e que tem vários procedimentos abertos nesse sentido.
LUSA/HN
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